quarta-feira, 30 de novembro de 2016

KENNEDY: CUNHA CHANTAGEIA TEMER E BUSCA DELAÇÃO

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"No Palácio do Planalto, a leitura política sobre as perguntas da defesa de Eduardo Cunha a Michel Temer foi a de que o ex-presidente da Câmara fez insinuações a respeito da conduta do presidente a fim de se posicionar publicamente para tentar negociar uma delação premiada com a Procuradoria Geral da República", diz o colunista Kennedy Alencar; Cunha questionou Temer sobre suas ligações com vários personagens investigados pelos desvios na Petrobras

Por Kennedy Alencar, em seu blog
No Palácio do Planalto, a leitura política sobre as perguntas da defesa de Eduardo Cunha a Michel Temer foi a de que o ex-presidente da Câmara fez insinuações a respeito da conduta do presidente a fim de se posicionar publicamente para tentar negociar uma delação premiada com a Procuradoria Geral da República. Nas perguntas apresentadas no processo contra Cunha que tramita sob os cuidados do juiz Sérgio Moro, o peemedebista insinua que conhece segredos de Temer.
Além de ser ouvido na qualidade de testemunha, Temer não pode ser investigado por Moro, porque presidente tem foro privilegiado. De acordo com a Constituição, só o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, poderia pedir a abertura de uma investigação contra o presidente da República. E esse eventual inquérito ou processo deve tramitar no Supremo Tribunal Federal. Cunha e sua defesa sabiam disso.
Na avaliação do governo, Cunha e sua defesa tinham ciência de que algumas perguntas seriam barradas por Moro por força legal, mas estavam interessados no estrago político ao torná-las públicas. Chantagem sempre foi uma arma política de Eduardo Cunha.
Em relação a Moro, o cuidado se explica: ele já foi criticado pelo ministro Teori Zavascki por ter divulgado um telefonema da então presidente Dilma Rousseff, que tinha foro privilegiado, com o ex-presidente Lula. Seria ilegal permitir perguntas que sugerem investigação de Temer.


Lula visita ocupação em BH e diz que, se preciso, será candidato em 2018

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou nesta terça-feira (29) as ocupações Rosa Leão, Vitória e Esperança, na região de Belo Horizonte conhecida como Izidora. Ele prometeu interceder junto ao governador Fernando Pimentel pelos moradores das três comunidades, que correm risco de ser despejados.
Após visitar diversas casas, Lula iniciou um discurso pedindo palmas para os jogadores da Chapecoense e as demais vítimas do acidente aéreo ocorrido hoje (29) na Colômbia.
Sobre eleições de 2018, ele disse que gostaria que aparecesse alguém mais preparado e mais jovem para concorrer, mas admitiu que poderá ser candidato se for necessário. “Não tenho mais a força física de quando tinha 50 anos, mas estou parecendo aquele Zé Roberto, do Palmeiras. Ele já está com 42 anos e corre mais que os moleques de 20. Eu faço duas horas de academia todo dia de manhã e não vou apostar uma corrida aqui para não envergonhar vocês. Eu nem pensava mais em ser candidato, mas não me conformo ao perceber que, com ódio da Dilma e do Lula, eles estão destruindo este país”, afirmou.
Ocupação
As três ocupações da região do Izidora tiveram início em 2013. Cerca de 8 mil famílias vivem na região. O terreno tem 933 hectares e abrange propriedades do município e de particulares. Lula garantiu aos moradores que vai interceder junto ao governo estadual pela legalização da área. Já existe uma decisão judicial do Tribunal de Justiça de Minas Gerais  autorizando o despejo. Advogados das famílias recorreram ao Superior Tribunal de Justiça.
Parte da área seria destinada ao Minha Casa, Minha Vida, programa habitacional destinado a famílias de baixa renda. “Se esse terreno não tivesse nada, fosse só mato, compensava trazer para cá o programa. Mas vocês já estão aqui há quatro anos, já tem a casinha feita com tijolo, então o que vocês precisam é que exista estrutura de abastecimento de água, de distribuição de energia, de escola e de posto médico”, disse Lula.
A educadora popular Charlene Egídio, de 35 anos, moradora da Ocupação Rosa Leão, destaca que a moradia é um direito previsto na Constituição. “Já se encontram consolidadas mais de 5 mil casas construídas. São sonhos construídos. E pode acontecer o maior massacre que o país já viu, porque nossa resistência é pacífica, mas sabemos que a Polícia Militar não irá nos tratar com flores. Se não lutarmos, vamos continuar tendo nossos direitos pisoteados. Não temos alternativa de moradia.”

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Moro barra 21 perguntas de Cunha para presidente

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O ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) teve 21 perguntas indeferidas, de um total de 41, ao presidente Michel Temer (PMDB), na ação que responde na Lava Jato.
O presidente da República foi elencado como testemunha de defesa de Cunha. Ele responderá aos questionamentos por escrito, em função do seu cargo.
Parte das questões consideradas "impertinentes" pelo juiz Sergio Moro poderia causar embaraço político ao presidente.
Cunha pergunta, por exemplo, se Temer recebeu Jorge Zelada, ex-diretor da Petrobras envolvido em corrupção, em sua residência, em São Paulo. Em outra questão, pergunta qual é a relação do presidente "com o sr. José Yunes", um dos melhores amigos de Temer, e se ele "recebeu alguma contribuição de campanha" para alguma eleição. Em caso positivo, continua a defesa, "as contribuições foram realizadas de forma oficial ou não declarada?".
Para Moro, parte das perguntas era inapropriada ou não dizia respeito à ação. O juiz afirmou em seu despacho que as perguntas mereciam "censura", já que "não há qualquer notícia do envolvimento do Exmo. Sr. Presidente da República nos crimes que constituem objeto desta ação penal".
Disse também que denúncias envolvendo Temer devem ser investigadas no STF (Supremo Tribunal Federal), e não em Curitiba, já que o presidente tem foro privilegiado.
Uma eventual menção a suspeitas contra Temer obrigaria o envio de parte dos autos ao STF, o que poderia paralisar o processo.
O presidente terá cinco dias para responder às questões autorizadas. 

Justiça bloqueia bens de Adriana Ancelmo, mulher de Sérgio Cabral

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O juiz da 7ª Vara Federal do Rio, Marcelo Bretas, responsável pela força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, determinou hoje (28) o bloqueio de bens imóveis de Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, e do escritório de advocacia Ancelmo Advogados, de propriedade dela. O magistrado atendeu a pedido do Ministério Público Federal.
No pedido, o MPF narra que os laços familiares e de intimidade de Adriana com os demais investigados são inegáveis. As apurações preliminares revelaram que ela praticou diversos atos que, aparentemente, representam evidências de sua participação na lavagem e na ocultação de proveitos de origem ilícita decorrentes da corrupção, supostamente praticada por seu marido, o também investigado Sérgio Cabral.
Na decisão, o juiz Marcelo Bretas disse que, no aprofundamento das investigações, foi identificada a participação da investigada Adriana Ancelmo na atividade da suposta organização criminosa. Por essa razão, segundo o magistrado, tornou-se medida necessária a decretação do bloqueio dos seus bens imóveis, “em especial no que diz respeito à aquisição de grande quantidade de joias de altíssimo valor, normalmente em dinheiro vivo, pela própria investigada ou por pessoas interpostas, nas principais joalherias do Rio de Janeiro”.
A Operação Calicute, desencadeada no dia 17 deste mês, que prendeu o ex-governador Sérgio Cabral e oito pessoas ligadas a ele, é um desdobramento da Lava Jato. Adriana Ancelmo foi alvo de condução coercitiva, no dia da prisão do marido, quando prestou depoimento na sede da Superintendência da Polícia Federal no Rio e em seguida foi liberada. Os agentes federais também cumpriram mandado de busca e apreensão no Escritório Ancelmo Advogados.

Movimento contra a anistia ao caixa 2 ganha apoio de Temer

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Depois de ser surpreendido pela divulgação de sua conversa - no limite da responsabilidade - para resolver o problema particular de seu “homem de confiança”, o presidente Michel Temer está decidido a pôr-se resolutamente contra a corrupção.

Convidou jornalistas a uma entrevista coletiva ao meio-dia de domingo e, junto com os chefes do Legislativo - Rodrigo Maia (Câmara) e Renan Calheiros (Senado) - anunciaram um acordo para impedir a tramitação da proposta que prevê anistia ao caixa 2.

OPINIÃO VARIÁVEL
A opinião de Temer sobre o assunto variou de acordo com a natureza dos acontecimentos. Em entrevista ao programa Roda Viva, deu uma de Pôncio Pilatos: “Esta é uma decisão do Congresso. Eu não posso interferir nisso”. Na semana passada, disse a aliados que não teria problema em sancionar um artigo perdoando os políticos que receberam verbas via caixa dois.

Quando veio à tona que “altas autoridades da República perdiam o seu tempo em favor de um assunto paroquial” (Marcelo Calero, no Fantástico), resolveu ouvir a “voz das ruas”, também conhecida como “efeito Geddel Vieira Lima”, e passou a condenar a anistia ao caixa 2.

POLÍTICA TEM DESSAS COISAS
Mas Temer poderia ter evitado a entrevista coletiva de domingo, cujo objetivo foi por um band-aid em uma chaga aberta. Bastava ter marcado um jantar com a sua base aliada e orientá-la a inverter o sentido de seu trabalho, que hoje é dedicado a cabalar uma saída para livrar políticos da punição por receber recursos não contabilizados em suas caixas de campanha.

Mas, como se diz por aí, “a política tem dessas coisas”.

CUBA, O RATO QUE RUGE
Claro que será necessário um balanço dos feitos do mais importante e longevo líder da esquerda latino-americana, Fidel Castro - e a história o absolverá ou não.

No entanto, o mais instigante agora é saber o que acontecerá com Cuba, que vinha se aproximando dos Estados Unidos, por meio de Barack Obama. Porém, o presidente eleito, Donald Trump, entrou na conversa com a delicadeza de um hipopótamo em uma loja de louças.

HERÓI OU VILÃO?
Interessante ver o que diz o biógrafo de Che Guevara, Jon Lee Anderson, jornalista que viveu dois anos em Cuba (1993/1995). Ele chama a atenção para as interpretações “simplistas” que se seguiram à morte de Fidel: “Parece que a questão é julgar apenas se foi um vilão ou um herói. Mas creio que é preciso ir além. Fidel foi importante, é preciso entender seu papel histórico no enfrentamento das grandes potências, assim como todos os seus erros” (Folhapress, 26/11/2016).

MODELO VIETNÃ
Em entrevista mais antiga, ao ser perguntado se Cuba se aproximaria do modelo chinês, com o partido comunista continuando a ditar a política, mas com abertura para o modelo capitalista, Andersen disse que o mais provável seria um regime parecido com o do Vietnã “porque a China manteve muito pouco da rede de proteção social para seu povo; os cubanos gostariam de ver a essência do socialismo - educação, saúde, bem estar para os idosos e habitação - preservados, embora isso seja difícil, mesmo para democracias sociais na Europa” (Estado de São Paulo, 20/4/2015).

NOVA ESQUERDA
Ainda para a Folhapress, o jornalista disse que “talvez o fim dessa era, que se encerra com a morte de Fidel, seja o surgimento de uma nova esquerda, livre do que havia de negativo nesse legado”.

A ver. O mesmo foi dito quando caiu o muro de Berlim.

A PROPÓSITO
O Rato que ruge é uma comédia britânica de 1959. O filme conta a história do “Grão-Ducado de Fenwick”, minúscula nação fictícia que declara guerra aos Estados Unidos. O objetivo é perder a guerra para obrigar os americanos a investirem na reconstrução do país. Por uma série de circunstâncias cômicas, Fenwick vence o combate, mas não sabe o que fazer da vitória.

Lula diz que é preciso 'tomar o País de volta e consertar'

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BELO HORIZONTE - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira, 28, em Belo Horizonte, ser necessário “tomar o País de volta e consertar. Porque esse país não é deles. É do povo brasileiro”. Durante o discurso na Expocatadores 2016, exposição anual de catadores de papel e materiais recicláveis, Lula criticou o governo do presidente Michel Temer e afirmou que se "não sabem governar, peçam desculpas, vão embora, e deixem a gente governar", disse, se referindo ao impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff.  

Filho de Cerveró reforça acusações contra Delcídio, mas nega citações a Lula e Bumlai

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Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, voltou a afirmar nesta segunda-feira (28) que foi pressionado pelo senador cassado Delcídio do Amaral para que seu pai não celebrasse acordo de delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava Jato. Testemunha de acusação, Bernardo Cerveró foi ouvido pelo juiz substituto da 10ª Vara Federal Ricardo Leite na ação penal em que Delcídio, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o pecuarista José Carlos Bumlai e o banqueiro André Esteves, entre outros, são acusados de tentar comprar o silêncio de Nestor. Ele confirmou ter recebido uma primeira remessa de R$ 50 mil enviados por Delcídio como uma “ajuda à família”, mas disse não ter ficado com a quantia. O dinheiro teria sido devolvido a Edson Ribeiro, então advogado de Nestor e intermediário do pagamento, para que ele cobrisse custos processuais. Questionado pelo Ministério Público Federal (MPF), Bernardo relatou ter se encontrado pelo menos quatro vezes com o ex-senador para discutir o teor das tratativas que haviam sido iniciadas com os procuradores da Lava Jato em Curitiba após a prisão de Cerveró, em janeiro do ano passado. Em uma delas, em um encontro no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, “ele [Delcídio] diz explicitamente, ele me pede textualmente para não fazer delação. Que ele [Nestor] ia ficar refém dos procuradores”, disse Bernardo. Tais reuniões teriam ocorrido por incentivo de Edson Ribeiro, a quem Bernardo acusa de atuar contra os interesses do próprio cliente e em prol dos de Delcídio, a partir do momento em que passou a tentar demover Nestor Cerveró de fechar um acordo de delação premiada. Segundo Bernardo, o advogado teria tentado influenciar inclusive a delação do lobista Fernando Baiano, outro colaborador da força-tarefa da Lava Jato. “Para o meu espanto, ele [Edson] pediu para eu passar uma mensagem para o Gustavo [irmão de Baiano] para que Fernando Baiano não falasse do senador. Ele me colocou na situação de cometer um crime de obstrução de Justiça”, disse Bernardo. A defesa de Ribeiro nega todas as acusações e argumenta que o advogado sempre se posicionou contra acordos de delação premiada celebrados por pessoas presas. Bernardo disse nunca ter ouvido os nomes do pecuarista José Carlos Bumlai ou do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos encontros que teve com Delcídio. Bumlai e Lula foram citados em delação por Delcídio do Amaral como cúmplices no esquema de compra do silêncio de Nestor. Segundo a Agência Brasil, o filho de Nestor Cerveró disse também desconhecer a natureza do envolvimento de André Esteves na trama. O banqueiro foi apontado pelo MPF como origem do dinheiro que compraria o silêncio do ex-diretor da Petrobras.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

PSOL registra impeachment, que deve ser arquivado

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O PSOL protocolou na tarde desta segunda-feira (28) na Câmara dos deputados um pedido de impeachment contra Michel Temer sob o argumento de que o presidente cometeu crime de responsabilidade no caso que resultou na saída do governo dos ministros Marcelo Calero (Cultura) e Geddel Vieira Lima (Governo).As chances atuais de o pedido prosperar, entretanto, são mínimas, já que Temer reúne uma grande base de apoio, incluindo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), responsável por decidir monocraticamente se o caso terá sequência ou será arquivado.
Maia, inclusive, participou neste domingo de entrevista coletiva em que Temer negou ter agido em benefício de Geddel no episódio da liberação de um empreendimento imobiliário na Bahia.
O ex-ministro, que comprou um imóvel no prédio e tem relação com os responsáveis pelo empreendimento, levou o caso para o governo, já que o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico) nacional, subordinado à Cultura, havia embargado a obra.
Calero deixou o governo afirmando que sofreu pressão para mudar o parecer técnico.
Apesar da pouca possibilidade de êxito, coube ao PSOL, ao lado da Rede, apresentar o pedido de cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em 2015, também em uma época em que pareciam remotas as chances de o então presidente da Câmara perder o mandato devido a suspeitas de envolvimento do petrolão.
"Um motivo particular, um apartamento de luxo em Salvador, vira um problema político de todo o governo. O presidente da República assumiu o risco de advogar em prol de seu então ministro, uma causa privada de Geddel Vieira Lima. Nesse sentido ele [Temer] quebra o decoro do cargo de presidente da República", disse o líder do PSOL, Ivan Valente (SP).
 OUTROS PEDIDOSNa tarde desta segunda, PT e PC do B também apresentarão à Procuradoria-Geral da República uma representação contra Temer.As duas siglas afirmam que se reunirão com juristas para definir "outras ações" contra o presidente da República, entre elas um pedido de impeachment. Eles não deixaram claro se podem apresentar outro pedido ou aderirem à iniciativa do PSOL. (Com informações da Fohapress).

'Não há a menor condição de levar adiante o projeto de anistia ao caixa 2', diz Temer

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Presidente da República convocou coletiva de imprensa ao lado dos presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Rodrigo Maia, para mostrar contrariedade do governo em relação ao assunto. Qualquer tentativa neste sentido será vetada, afirmou Temer.

O presidente Michel Temer afirmou que 'a voz das ruas será ouvida'. Temer afirmou em entrevista coletiva ao lado dos presidentes da Câmara e no Senado que há unanimidade entre os líderes do executivo e legislativo neste assunto. Ele afirmou que é impossível sancionar o projeto.
Em seguida, ao lado de Temer, Rodrigo Maia, voltou a afirmar que não se trata de uma anistia já que o crime ainda não é tipificado. Maia afirmou que debate dele com líderes sobre anistiar crimes 'nunca aconteceu'. Já Renan Calheiros, presidente do Senado, afirmou que essa matéria não é prioridade e que as matérias econômicas é que devem ser privilegiadas neste momento.
Ao falar sobre o episódio envolvendo o ex-ministro Geddel Vieira Lima, o presidente disse que colocar gravador no bolso é 'uma indignidade absoluta'. Ele falou estar pensando em pedir que o Gabinete de Segurança Institucional grave publicamente todas as audiências. Ele disse ainda que, após o episódio com o ex-ministro Marcelo Calero, espera fazer 'uma limonada institucional'.
Temer comentou ainda a expectativa para a delação de executivos da Odebrecht e admitiu ser ingênuo dizer que não estaria preocupado com possíveis novas baixas no governo federal.

Com Temer, Maia e Renan contra anistia, votação das "10 Medidas" pode ser adiada

A anistia para deputados e senadores investigados na Lava Jato perdeu tempo no Congresso, era o acordão da semana passada que, denunciado, perdeu a força. A emenda, que não tinha autor na Câmara, agora tem uma decisão política que ninguém assume.
O presidente da República, Michel Temer, e os presidentes da Câmara e Senado, Rodrigo Maia e Renan Calheiros, respectivamente, agora dizem que são contra o perdão para quem praticou o caixa dois.
No entanto, nos bastidores, a proposta que ronda o plenário é mais agressiva e pretende anistiar políticos por lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e até mesmo corrupção passiva.

A votação do projeto das "10 Medidas Contra a Corrupção", onde seria enxertado o artigo da auto-anistia parlamentar, está marcada para esta terça-feira (29) no plenário da Câmara.
O projeto pode até mesmo ser adiado mais uma vez e ficar para o próximo ano. O primeiro-secretário da Mesa Diretora da Casa, deputado Beto Mansur, adiantou que é contra a anistia e quer aprovar as medidas contra a corrupção. "A gente precisa estudar com detalhes o relatório. Não quer dizer que o que saiu da comissão seja o melhor dos mundos", disse.
O PT assinou acordo para apressar a votação do projeto com a anistia, mas o vice-líder do partido, deputado Paulo Teixeira, garantiu que este não é o ponto principal. "Esse relatório não pode ser aprovado do jeito que está", disse.
Mesmo se o projeto for aprovado nesta semana na Câmara, o Senado não abre votação imediata das medidas e pode frustrar os planos dos procuradores de pressionar deputados e senadores e sancionar a lei para um movimento internacional de combate à corrupção previsto para o mês que vem.

Álibi construído para Temer é 100% inconsistente

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O “álibi” que construíram para Michel Temer justificar sua participação na tentativa de “enquadrar” o ex-ministro Marcelo Calero para que atendesse ao pleito do ex-ministro Geddel em relação ao prédio irregular de Salvador revelou-se absolutamente inconsistente: o de que teria apenas sugerido ao então ministro da Cultura encaminhar o assunto à AGU,  a quem compete dirimir conflitos entre órgãos. O conflito não era entre dois órgãos distintos, mas sim entre uma instância inferior (Iphan-Bahia) e a direção nacional do Iphan, que teria de prevalecer. Mas Temer disse também uma inverdade na entrevista deste domingo, ao explicar sua participação. Afirmou que Calero teria lhe dito que “não queria entrar nesta história”. Não foi isso que Calero disse na entrevista à Folha, quando revelou as razões de seu pedido de demissão, nem em seu depoimento à Polícia Federal.  O que ele disse, nestas duas oportunidades e na entrevista exibida pelo Fantásticio/TV Globo,  é que não iria participar de “compadrio”, ou seja, interferir na decisão para favorecer Geddel.
Na entrevista coletiva, Temer relata que Calero o procurou durante o jantar para senadores no Alvorada, e  informado do que se passava, dizendo “não queria entrar nesta historia”. E que no encontro seguinte deu-lhe a sugestão:
– Se você não quer entrar nesta historia, há uma solução legal. A lei (em verdade um decreto)  diz que se há conflito entre órgãos, pode-se ouvir a AGU, que fará a avaliação do conflito.
Pela narrativa de Temer, Calero estaria querendo apenas tirar o corpo fora da confusão. Mas na entrevista à Folha de S. Paulo, Calero em nenhum momento diz que tentou “ficar fora da história”.   Deixou bem claro que se recusou a interferir na decisão técnica do Iphan nacional, que havia cassado a licença da obra concedida pelo núcleo do órgão na Bahia.   “Quando a decisão foi encartada, começou uma pressão inacreditável. Entendi que tinha contrariado de maneira muito contundente um interesse máximo de um dos homens fortes do governo e que ninguém iria me apoiar. Vi que minha presença não teria viabilidade. Jamais compactuaria com aquele compadrio. Não.”
No depoimento à Polícia Federal,  da mesma forma, ele deixa claro que disse à presidente do Iphan, Katia Bogéa.  para tomar a decisão técnica fosse qual fosse:  “ QUE o depoente, em face destas considerações, disse-lhe que a decisão haveria de ser estritamente técnica; QUE o depoente disse-lhe ainda que não iria incorrer em ilícitos penais ou administrativos que pudessem ser ventilados futuramente”.
Vale à pena reler estre trecho, onde ele se refere à participação do ministro Eliseu Padilha no caso. Na entrevista exibida pelo Fantástico, ao negar-se a responder se gravara Padilha, Calero sugere que sim.  No depoimento ele conta o seguinte:
            !QUE no dia 16 de novembro, o IPHAN, após manifestação favorável da Procuradoria do órgão, deu parecer definitivo determinando que o empreendimento deveria se enquadrar aos preceitos normativos aplicáveis ao caso e, por consequência, reduzir a quantidade de andares; QUE após esta decisão de mérito, o depoente passou a receber ainda mais pressões, vindas de diversos integrantes do Governo; QUE ainda no dia 16 do corrente mês, o depoente despachou com o Ministro-Chefe da Casa Civil ELISEU PADILHA, ocasião em que o depoente expôs ao Ministro a decisão contrária aos interesses de GEDDEL; QUE, por duas vezes, o depoente disse ao Ministro que o mesmo poderia ficar à vontade quanto a eventual demissão do depoente por conta dos fatos relacionados a este processo; QUE ELISEU PADILHA pediu ao declarante que tentasse ganhar tempo quanto a resolução desta questão; QUE nesta conversa com ELISEU PADILHA, o depoente teve a impressão de que ELISEU PADILHA queria lhe preservar e mantê-lo no cargo de Ministro da Cultura; QUE ainda no dia 16 de novembro, o depoente compareceu a um jantar oferecido pelo Presidente aos Senadores no Palácio da Alvorada; QUE logo na entrada, o depoente  encontrou-se com GEDDEL, ocasião em que desconversou rapidamente a respeito dos fatos que lhe interessavam; QUE logo em seguida o depoente encontrou com NARA DE DEUS, Chefe de Gabinete do Presidente MICHEL TEMER; QUE o depoente narrou a NARA todos os fatos, bem como a sua preocupação; QUE NARA ficou estupefata com os fatos narrados e concordou com o depoente quando o mesmo afirmou que deixaria o Governo para não ser envolvido nestes acontecimentos; QUE ainda neste jantar o depoente conversou com o Ministro da Educação MENDONÇA FILHO, que sugeriu ao depoente que reportasse todos os fatos ao Presidente MICHEL TEMER; QUE, então, o depoente procurou, ainda no jantar, o Presidente MICHEL TEMER; QUE após contar-lhe toda a história, o Presidente disse ao depoente para que ficasse tranquilo, pois, caso GEDDEL lhe procurasse, ele diria que não havia sido possível atender a seu interesse, por razões técnicas; QUE no dia seguinte, 17, ELISEU PADILHA ligou para o depoente indagando a respeito de como GEDDEL poderia recorrer da decisão do IPHAN; QUE em resposta, o depoente explicou a ELISEU PADILHA como funcionam, genericamente, os recursos de atos administrativos; QUE logo depois, o depoente recebeu uma ligação de CARLOS HENRIQUE SOBRAL, Chefe de Gabinete de ELISEU PADILHA, indagando a respeito dos prazos recursais; QUE na quinta-feira, 17, o depoente foi convocado pelo Presidente MICHEL TEMER a comparecer no Palácio do Planalto; QUE nesta reunião o Presidente disse ao depoente que a decisão do IPHAN havia criado “dificuldades operacionais” em seu gabinete, posto que o Ministro GEDDEL encontrava-se bastante irritado; QUE então o Presidente disse ao depoente para que construísse uma saída para que o processo fosse encaminhado à AGU, porque a Ministra GRACE MENDONÇA teria uma solução; QUE no final da conversa o Presidente disse ao depoente “que a política tinha dessas coisas, esse tipo de pressão”; “.
Aqui entra o papel ainda pouco claro da ministra-chefe da AGU, Grace Mendonça. Na entrevista exibida pelo Fantástico, Calero diz não ter certeza de que a ministra estivesse disposta a construir uma saída a favor de Geddel, mas diz possuir “alguns indícios” disso. Estes indícios também aparecem no depoimento que ele prestou à PF.  Ele relata que o primeiro a lhe sugerir a busca de uma saída pela AGU é Padilha, mas que não acolheu o conselho. Depois, em 7 de novembro, encontra-se no Planalto com Geddel e o Secretários de Assuntos Jurídicos, Gustavo Rocha, que pergunta se ele fora procurado pela AGU, e diante da negativa, tenta pelo celular fazer contato com alguém no órgão, não conseguindo. Para ele ser procurado pela AGU, só se alguém já tivesse acionado o órgão.
Em seguida, o procurador do Iphan, Heliomar Alencar,  e um procurador do Minc,  foram chamados à AGU para prestar esclarecimentos sobre o caso  e entenderam ali estavam esperando pela chegada do processo. Se havia esta expectativa, é porque alguém já conversara com a ministra Grace, que começara a tomar providências.
Temer, depois de ter dito, durante jantar no Alvorada, que Calero devia apenas explicar a Geddel que não pudera  atendê-lo por razões técnicas, muda de posição. Convoca-o ao Planalto no dia  17,  fala das “dificuldades operacionais” criadas pela decisão do Iphan nacional e sugere que leve o assunto à AGU.  No dia seguinte, Calero diz ter recebido ligação de Gustavo Rocha, reiterando o interesse de Temer de que o assunto fosse levado à AGU. Diz ele: “QUE este último episódio foi determinante para a saída do depoente do Governo, pois demonstrava a insistência do Presidente em fazer com que o depoente interferisse indevidamente no andamento do processo;”
A insistência de tanta gente em que o problema fosse parar na AGU sugere que já estava combinada a produção de uma “saída legal”.  Pelo visto, da AGU viria a solução que poderia salvar o cargo e a vista da cobertura de Geddel. Mas para que assim fosse, era preciso que Calero optasse por  lavar as mãos e passasse a batata para a AGU. Logo, há muito o esclarecer também sobre a participação da ministra Grace Mendonça no caso.