segunda-feira, 31 de julho de 2017

Difícil dizer não a um governador, diz Eike sobre ceder jatos a Cabral



O empresário Eike Batista afirmou, em depoimento à Justiça Federal, que era "difícil" negar um pedido feito por um governador, em referência ao empréstimo de jatos a Sérgio Cabral (PMDB).
Negociando delação premiada com a PGR (Procuradoria-Geral da República), Eike não respondeu à maioria dos questionamentos do juiz Marcelo Bretas. Ele depôs no processo em que é acusado de pagar US$ 16,5 milhões de propina ao ex-governador do Rio.
Eike apenas tentou explicar a cessão de seus jatos ao peemedebista. Como a Folha de S.Paulo revelou em janeiro, o ex-governador e sua mulher, a advogada Adriana Ancelmo, fizeram 13 voos em aeronaves do empresário.
"Tinha três aeronaves e as pessoas sabiam que elas ficavam muito paradas. Muitas pessoas tinham a liberdade de fazer: 'Posso usar o seu avião?'. E é difícil dizer não a um governador", afirmou Eike, para logo depois ser orientado pelo advogado Fernando Martins a não falar mais.
A declaração é distinta da feita pelo próprio empresário em 2011, após a divulgação do empréstimo. Esta foi a última cessão e teve como destino Porto Seguro (BA), para o aniversário de Fernando Cavendish, dono da Delta. Na ocasião, um acidente de helicóptero que matou sete pessoas que acompanhavam Cabral revelou e interrompeu o uso particular dos jatos do empresário pelo ex-governador.
"Tive satisfação em ter colocado meu avião à disposição do governador Sérgio Cabral, que vem realizando seu trabalho com grande competência e determinação. Sou livre para escolher minhas amizades", disse Eike em nota na ocasião.
O primeiro empréstimo ocorreu em 2009, duas semanas após uma viagem dos dois à China. Logo após a missão em busca de investimentos no Porto do Açu, o empresário afirmou que o via como "verdadeiro amigo".
"Essa viagem os aproximou muito e ele já está [com] saudades", diz e-mail de Paulo Fernando Magalhães Pinto, apontado como "testa de ferro" de Cabral, ao peemedebista relatando conversa com Eike. A mensagem foi identificada na quebra de sigilo dos investigados.
"O Eike me pede para te dizer que, independente da parceria de vocês profissional, hoje ele te vê como um verdadeiro amigo", dizia o e-mail.
Eike também é acusado de ter repassado R$ 1 milhão de propina por meio do escritório de advocacia de Adriana Ancelmo. Ela disse que desconhecia o motivo do repasse, mas disse que seu ex-sócio, Sérgio Coelho, fez reuniões com executivos do grupo EBX.
O ex-braço-direito de Eike, Flávio Godinho, permaneceu em silêncio. Cabral ainda não foi ouvido. Com informações da Folhapress.

Moro determina prisão preventiva de Aldemir Bendine



O ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine teve a prisão preventiva decretada nesta segunda (31), pelo juiz Sergio Moro.


A prisão do executivo, detido na última fase da Operação Lava Jato, na semana passada, vencia nesta noite.
Ele é suspeito de solicitar R$ 3 milhões em propina para executivos da Odebrecht, em fevereiro de 2015, a fim de proteger a empreiteira em contratos da Petrobras. Bendine nega as suspeitas e disse que nunca recebeu vantagens ilícitas.
O Ministério Público Federal pediu a conversão da prisão em preventiva -sem data para acabar- com base em documentos apreendidos na casa de Bendine.Entre eles, estão anotações de próprio punho, em folhas timbradas do Banco do Brasil, de obras e projetos da Odebrecht, com percentuais ao lado (que variam entre 0,5% e 2%).
A Procuradoria também destaca uma tentativa de intimidação de um ex-motorista do Banco do Brasil, que depôs em inquérito que investigava irregularidades na gestão de Bendine. Uma anotação manuscrita apreendida na casa do ex-diretor faz referência a uma ligação ao motorista, ao lado da frase "para dissuadi-lo a não depor no MPF".
O motorista, Sebastião Ferreira, disse ao Ministério Público que estava recebendo "muita pressão para não declarar nada", e afirmou que Bendine chegou a convidá-lo para um encontro em seu apartamento. Ele afirmou não ter ido ao local, com receio de "mutreta".
Bendine nega as suspeitas e chegou a protocolar uma queixa-crime contra o ex-funcionário.
Para os procuradores, a "gravíssima conduta" de Bendine demonstra uma tentativa de obstrução da Justiça. Sua liberdade, assim, seria um risco à ordem pública, à aplicação da lei penal e à instrução criminal.
OPERADORES
Moro também concedeu a prisão preventiva dos irmãos André Gustavo Vieira da Silva e Antonio Carlos Vieira da Silva Júnior -suspeitos de serem operadores de Bendine. Assim como o ex-presidente do BB, eles estavam detidos temporariamente.
Para os procuradores, há "fortes indicativos de que Aldemir Bendine mantinha com André Gustavo e Antônio Carlos uma conta-corrente de propina, cujos valores iam sendo utilizados à medida da necessidade do então presidente da Petrobras e familiares".
Entre as operações em destaque, além do recebimento dos R$ 3 milhões em 2015, estão o pagamento de uma viagem a Nova York, para a família Bendine, no Réveillon de 2016. A defesa do executivo diz que ele reembolsou os irmãos posteriormente.
O Ministério Público ainda enumera ligações de André Gustavo para outros investigados, como o corretor de valores Lúcio Funaro, que negocia acordo de delação premiada, e o executivo da OAS Leo Pinheiro, que já admitiu o pagamento de propina em outros processos.
Para o órgão, os irmãos são "profissionais da lavagem de dinheiro".
OUTRO LADO
A defesa de Bendine diz que a prisão é "absolutamente desnecessária", nega obstrução à Justiça e diz que os percentuais que aparecem nas anotações do ex-diretor não eram referências a propina.
"[O episódio do motorista do Banco do Brasil] aconteceu em 2013, e o inquérito foi arquivado. Em nenhum momento ele fez isso [pressionou o motorista]. Isso não tem aptidão para sustentar nenhuma cautelar", disse o advogado Pierpaolo Bottini, na saída do depoimento.
O defensor ainda afirmou que Bendine "manteve ativas todas as restrições à Odebrecht" quando era presidente da Petrobras, e que nunca recebeu propina.À Polícia Federal, em depoimento prestado nesta segunda-feira (31), Bendine disse que "se sente injustiçado, pois foi um dos maiores colaboradores da Lava Jato" quando presidente da Petrobras.
A defesa dos irmãos Antonio Carlos e André Gustavo argumenta que eles fizeram operações lícitas para ajudar na liberação de um recurso da Odebrecht junto ao Banco do Brasil, e que não puderam regularizar a operação a pedido da empreiteira.
Eles negam que tenham pago viagens a Bendine ou à sua família, apesar de admitirem uma relação próxima de André Gustavo com o ex-presidente da Petrobras. Com informações da Folhapress.

MPF recorre de sentença que condenou Lula no caso do triplex



O Ministério Público Federal (MPF) apresentou, nesta segunda-feira (31), recurso à sentença que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a 9 anos e seis meses de prisão corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da investigação sobre um triplex no Guarujá (SP) e o armazenamento do acervo presidencial. As informações são do G1.
Os procuradores pedem aumento da pena aos réus do processo e também a condenação do ex-presidente, de Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira OAS, e de Paulo Okamatto, presidente do Instituto Lula, em relação ao armazenamento do acervo presidencial.

Na decisão, o juiz federal Sergio Moro alegou "falta de prova suficiente da materialidade" para condenar os réus pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo o armazenamento do acervo presidencial numa transportadora, que teria sido paga pela OAS.
O ex-presidente nega as acusações, e na avaliação de seus advogados, Moro atuou politicamente ao condenar Lula.

Janot faz novo pedido de prisão de Aécio Neves



O procurador-geral da República voltou a pedir prisão do senador Aécio Neves (PSDB-MG) no caso o parlamentar é acusado de pedir e receber R$ 2 milhões do empresário Joesley Batista, da J&F. As informações são do jornal O Globo.
No pedido, Janot também solicitou afastamento de Aécio do mandato no Senado. O primeiro pedido  de afastamento e prisão foi rejeitado em decisão monocrática do ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão agora ficará por conta da Primeira Turma da Corte.

Temer autorizou JBS a repassar R$ 3 milhões a Cunha, diz revista



O presidente Michel Temer teria autorizado a JBS a dar R$ 3 milhões em dinheiro vivo ao deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para "fortalecer o partido".
A informação consta na delação do lobista do grupo, Ricardo Saud, de acordo com informações da revista Época.

O montante faria parte do crédito de R$ 15 milhões destinado a Temer nas eleições de 2014.
Temer e Saud fizeram o acordo durante encontro no escritório do peemedebista na Praça Pan-Americana, em São Paulo. 

sábado, 29 de julho de 2017

PSDB precisa 'baixar a bola', diz chanceler tucano




Defensor da permanência do PSDB no governo, o ministro Aloysio Nunes (Relações Exteriores) diz que seu partido precisa "baixar a bola" e deixar de pensar que abandonar o barco vá salvá-lo nas eleições.
"Achar que se afastar deste governo e contribuir para a sua queda vai salvar o PSDB nas eleições é subestimar a inteligência do povo brasileiro. O fato de sair do governo não vai fazer com que o sujeito emerja da pia batismal vestido de branco, 'não tenho nada a ver com essa situação'. Temos, sim [bate a mão na mesa]. Nós criamos essa situação", disse, em entrevista à Folha de S.Paulo.
O PSDB volta do recesso nesta terça-feira (1º) dividido sobre a decisão de romper com o governo Temer ou continuar na base de sustentação e manter os quatro ministérios que ocupa.
Para o ministro, o PSDB precisa reduzir a temperatura de seus conflitos internos para decidir quem será o próximo presidente da sigla –cargo ocupado interinamente por Tasso Jereissati (CE) desde maio, quando Aécio Neves (MG) foi afastado ao ser gravado pelo empresário Joesley Batista, do grupo J&F, pedindo R$ 2 milhões. Com informações da Folhapress.

Deputado do PT não declara voto sobre denúncia contra Temer


O deputado Gabriel Guimarães (PT-MG) não declara voto sobre a denúncia de corrupção passiva contra o presidente Michel Temer. Ele é o único dos 58 deputados petistas na Câmara a não declarar posicionamento contrário ao peemedebista na votação.

“Eu sou advogado e, nesse caso específico, prefiro não me manifestar. Não é só uma questão política, é jurídica também”, alegou. O deputado, contudo, fez questão de ressaltar que não está indeciso: “imagino que você até saiba como será meu voto, só prefiro não falar, por uma questão pessoal”, disse o parlamentar, em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo.
Entre os integrantes da oposição, o deputado Damião Feliciano (PDT-PB) também mantém voto em segredo. Já Roberto Góes (PDT-AP) se declara indeciso.
Áudio com Aécio
Guimarães ficou conhecido após ser gravado em conversa com o senador Aécio Neves (PSDB-MG)mandando recado ao governador Fernando Pimentel para conter as denúncias do deputado estadual Rogério Correia (PT), que fazia denúncias contra o senador tucano na Assembleia Legislativa mineira. A conversa foi divulgada pela imprensa no início de junho. Leia abaixo o diálogo gravado pela Polícia Federal.
Aécio — Sei que é muito complicado, mas é aquela velha história, o doido de cada lado que a gente tem de estar administrando. Hoje de novo entrou com negócio e tal…Fica a imprensa atrás de mim, não custa o cara (Pimentel) dar uma ligada. O cara está aí cheio de gente no governo, parente… Dá uma ligada pra ele e pede pra baixar a bola. Senão volta de novo a nossa turma. Estamos num momento que não dá pra fazer graça, entendeu?
Gabriel — Sabe, eu não tenho relação com o Rogério não.
Aécio — Fala com o Fernando. É com o Fernando mesmo. …. Senão vou mandar os caras da Assembleia responder, e a resposta sabe como é, é em cima dele, é ruim…
Gabriel — Pode deixar, tá.
Aécio —Entra nesse circuito aí logo hoje para ver se baixa essa bola. O cara já foi lá na Procuradoria, protocolou fez pedido de investigação, isso aquilo…
Gabriel — O Rogério me mandou na lista de transmissão isso, já até encaminhei pro Fernando, vou ligar pra ele agora.
Aécio— Conversa com o Fernando aí, estamos tentando construir um caminho adequado. Veja se ele ajuda daí, senão os doidos daqui também, já viu né?
Gabriel — Abraço
Aécio — –Abraço





Congresso ignora delações do Grupo J&F e Odebrecht


Após a delação dos acionistas e executivos da J&F - que controla o frigorífico JBS -, Rede e PSOL apresentaram representações com pedido de cassação dos mandatos do senador Aécio Neves (MG), presidente licenciado do PSDB, e do hoje suplente de deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor do presidente Michel Temer no Palácio do Planalto.

A representação contra Aécio era baseada no grampo em que o tucano foi flagrado pedindo R$ 2 milhões a Joesley sob a justificativa de que usaria o dinheiro para pagar sua defesa na Lava Jato. Mas, antes mesmo de ser analisado, o pedido de cassação foi arquivado pelo presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto Souza (PMDB-MA). Recurso que pedia a reabertura do processo também foi rejeitado, por 11 votos a 4.
Já a representação contra Rocha Loures tinha como base vídeo gravado pela Polícia Federal no qual o peemedebista aparece saindo de uma pizzaria em São Paulo com uma mala contendo R$ 500 mil. Antes de ser instaurado, porém, o processo perdeu o objeto e foi arquivado, pois Loures deixou o exercício do mandato com o retorno à Câmara de Osmar Serraglio (PMDB-PR), de quem o ex-assessor de Temer era suplente.
O acordo de colaboração do Grupo J&F foi homologado em maio pelo ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. A Procuradoria-Geral da República apresentou denúncias (acusações formais) contra Temer, Aécio e Rocha Loures com base nas investigações.
Seletivas
Partidos que mais protocolam representações nos conselhos, Rede e PSOL justificam que não entraram com outros pedidos para evitar arquivamentos. "Se a gente entupir o conselho, vai ter um monte de parecer prévio negando as representações. Porque o conselho é formado por um conjunto de figuras indicadas pelos partidos, em grande parte, para barrar qualquer investigação", afirmou o deputado Ivan Valente (PSOL-SP).
Valente defendeu uma "entrada seletiva" de representações. Para ele, é preciso concentrar a atuação em processos contra parlamentares com mais visibilidade política. "Os dirigentes partidários devem ser o foco, pessoas que têm uma função e responsabilidade maiores que parlamentar secundário. Se não fizer escolha, vai ter 70, 80 processos, sem desenvolvimento."
O deputado disse que o PSOL deve discutir novas representações "seletivas" quando o Congresso retomar as atividades, na próxima semana. Único representante da Rede no Senado, Randolfe Rodrigues (AP) também defendeu cautela. "O critério preliminar que definimos é o grau de escândalo do caso. Se entrar contra todos, nossa atividade parlamentar ficaria restrita a isso", afirmou.
As defesas de Aécio, Rocha Loures e Temer negam as acusações contidas na delação da J&F e nas denúncias da Procuradoria-Geral da República.























64% dos eleitores querem afastamento de Temer e eleições diretas


Um levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas indica que 64,2% dos eleitores consideram que a melhor solução para o país é o afastamento do presidente Michel Temer e a convocação de eleições gerais.

Os dados foram divulgados na coluna do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, deste sábado (29).
A pesquisa afirma, ainda, que 15,6% do eleitorado quer intervenção militar. Outros 6,9% defendem a permanência de Temer no cargo e 5,6% desejam que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assuma a posição do peemedebista.
As opções apresentadas pela pesquisa não agradaram 4,9% dos entrevistas. Já 2,9% não sabem ou não opinaram. O levantamento foi feito entre 24 e 27 de julho, com 2.020 eleitores de 25 estados e do Distrito Federal.

Doria diz que chegará a hora de brigar com Lula


A rixa entre o prefeito de São Paulo João Doria (PSDB) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem sendo alimentada há tempos. Publicamente, o tucano já chamou o petista de 'mentiroso', 'covarde' e 'cara de pau'. Dessa vez, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Doria afirmou que "haverá um momento da disputa em que [rivalizar com o ex-presidente] será inevitável", diz.
Questionado sobre os seus discursos contra Lula e os seus seguidores, Doria ressalta: "Não escondo minhas posturas, principalmente no antagonismo ao PT. Mesmo que isso contrarie uma parte do eleitorado a favor do Lula, faço questão de ficar do outro lado", disse o tucano.
"Haverá um momento da disputa em que isso será inevitável, por causa do estilo Lula de ser e de fazer campanha. Ele tem uma forma de conduzir principalmente sua vida política que não é suave. Haverá um momento na campanha em que essas circunstâncias serão ainda mais marcadas", completou.
A reportagem pergunta à Doria, como era sua relação com Lula, enquanto pessoa privada. "Nunca foi uma relação afetuosa e simpática, mas ele já esteve num almoço no Lide [grupo empresarial de Doria], no primeiro mandato. A minha posição em relação ao Lula, distante e adversa, é antiga, não foi cultivada agora", explica.
O prefeito de S. Paulo também disse que: "Lula tem memória curta e seletiva. Minha primeira prova eu já demonstrei: ganhei a eleição do candidato dele no primeiro turno".
O candidato ao qual Doria se refere é o ex-prefeito Fernando Haddad (PT), sobre quem o tucano confessa: "Não vou omitir a verdade. Mas tenho respeito pelo ex-prefeito. É uma das raras pessoas honestas no PT", diz Doria.

















sexta-feira, 28 de julho de 2017

Na China, Doria vira JDJ, abusa de rede social e pressiona por doação



ACELELA!'" Instruídos por assessoras de João Doria (PSDB), chineses que não falam uma palavra de português reproduzem com o devido sotaque o bordão do prefeito, #acelera.


Cenário: Muralha da China. Ainda é segunda (23), o dia 2 de uma viagem de sete dias pelo país oriental, que marcou a média de um dia por semana fora do Brasil em sete meses de mandato do empresário que virou político.
Não que a sanha empresarial tenha sido aposentada por João Doria Junior, o J.D.J. -as iniciais foram bordadas no bolso das camisas que combinou com gravata de cavalo-marinho e sapatos Prada.
"Até os chineses estão 'acelelando'", escreveu para descrever foto em que posa com cinco executivos da gigante chinesa Huawei, num dos 37 tuítes que publicou na China -isso sem contar os cerca de quatro vídeos diários produzidos por duas funcionárias da equipe de comunicação que o acompanharam no tour.
O convite foi pago pelo governo chinês e pela Câmara do Comércio Brasil-China, num pacote que incluiu estadias para ele e sua comitiva na rede de luxo Four Seasons (os quartos mais simples a partir de R$ 600) e alguns dos deslocamentos feitos em jato privado, num zigue-zague pelo país (foi às metrópoles Pequim, Xangai, Hangzhou e Shenzhen).
Doria volta com a mala cheia de presentes, cortesia de governantes (o vice-prefeito de Xangai e o prefeito de Shenzhen) e executivos com quem se encontrou -a mulher de Wang Chuan-fu, um dos 500 bilionários na lista da "Forbes" e CEO da BYD, lhe fez um leque com seu rosto pintado pessoalmente por ela, que jantava numa mesinha à parte na mesma sala onde a turma do prefeito e os executivos degustavam pratos à base de lagosta e carne de porco.
A BYD (acrônimo para Build Your Dreams, construa seus sonhos, em português) pagou mais do que a conta por aquele banquete servido numa mesa redonda e giratória, sobre a qual iguarias iam rodando à espera que cada convidado se servisse delas.
Doria pediu e levou, como doação a São Paulo, quatro carros elétricos (avaliados em R$ 250 mil cada) e quatro carregadores (R$ 500 mil o pacote) -destinará ao patrulhamento do parque Ibirapuera e da região central.
Não foram os únicos "made in China" que descolou. De outras companhias que visitou, conseguiu ainda: 4.000 câmeras de segurança mais a tecnologia da Huawei para um sistema de integração delas, dois drones para vigilância (de crimes a manifestações), dois painéis solares para hospitais, 200 rádios comunicadores (espécie de walkie-talkie moderno) para guardas municipais e R$ 1 milhão destinados a duas "smart classes" (salas de aula com tablets e jogos interativos).
Calcula que tudo valha R$ 10 milhões. Mas, como prega a máxima do mercado, não há almoço grátis. Doria digeria junto com a culinária chinesa sondagens pouco sutis dos doadores -a BYD, por exemplo, tem todo o interesse na licitação para modernizar a frota de ônibus que a prefeitura abrirá em breve.
Para convencer as empresas a doarem, o tucano vai além de apresentar um vídeo que vende São Paulo como a cidade mais populosa, com a maior concentração de shoppings e lar de 50% dos bilionários do Brasil.
Outra tática de "business": lembrar que a companhia concorrente já cedera a seus pedidos. Assim o faz na negociação mais tensa da viagem, na sexta (28), com a Huawei.
É o dia 6, penúltimo no solo estrangeiro. Doria insiste que os anfitriões lhe deem mil câmeras (já conseguira 3.000 de outras corporações, todas de olho no mercado brasileiro). Saia justa. "Cuidado com coisas de graça", diz um dos representantes da empresa, Hong-eng Koh. Ele argumenta que só os aparelhos em si não prestam, pode-se ter milhares deles, mas de pouco adiantam sem um sistema tecnológico para integrá-los.
A conversa se estende por mais meia hora, executivos cochicham no ouvido uns dos outros, o secretário de Relações Internacionais do prefeito, Julio Serson, conversa com um deles fora da sala, voltam os dois. Em seguida, a vitória de Doria é declarada.
Outra forma de pressão: destacar que uma prontidão em ajudar ganharia projeção nacional, pois junto com ele viajam "expressivos" membros da mídia brasileira (a maioria com despesas pagas pelos chineses; a reportagem custeou sua própria viagem).
"Não há nenhum tipo de constrangimento para que as empresas não possam dizer não", diz o prefeito sobre um possível jogo de interesses por trás das doações.A boa vontade tem outra explicação: para muitos, Doria "tem futuro", e quem sabe um futuro que já chegue em 2018, como candidato a presidente. Definitivamente alguém para afagar.
No equivalente ao BNDES chinês, o prefeito escutou que era "o político mais famoso do Brasil". Em encontro numa empresa de tecnologia, lhe pediram que escrevesse qualquer coisa com o dedo numa plataforma digital. Na tela apareceu um avatar dele fazendo o símbolo do #acelera com as mãos e sua assinatura: "João Doria 2017".
O próprio fez questão de frisar: "Eu não coloquei 2018, viram?". Faltou traduzir para o mandarim. Com informações da Folhapress.

'Certeza da minha honestidade é que não depositei na Suíça', diz Lula



O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negou na manhã desta sexta-feira, 28, que tenha que dar explicações sobre os R$ 9 milhões de uma conta no BrasilPrev, do Banco do Brasil, montante bloqueado por Moro. "Eu não tenho que explicar nada", disse. "Tenho 76 palestras feitas no exterior. O dinheiro entrou pelo Banco Central, está depositado no Banco do Brasil. Não tem conta na Suíça, a certeza da minha honestidade é que eu não depositei na Suíça", disse à rádio Som Maior, de Criciúma, Santa Catarina. O ex-presidente afirmou, ainda, que o juiz é quem "tem que explicar porque bloqueou um dinheiro que está na previdência privada".
O petista voltou a dizer que a sentença não é baseada nos autos do processo e que a decisão do magistrado foi baseada na "pressão da imprensa". Lula sugeriu, novamente, que a condenação teria a intenção de tirá-lo do pleito em 2018. "Se eles querem tentar evitar que eu seja candidato em 2018, essa não é a melhor forma. A melhor forma é tentar encontrar um candidato bom de outros partidos para não deixar eu ganhar as eleições". O ex-presidente também citou as pesquisas de intenção de voto, que indicam seu nome à frente de outros potenciais candidatos.

O ex-presidente não foi questionado sobre a prisão do ex-presidente do Banco do Brasil e do Petrobras, Aldemir Bendine, nesta quinta-feira, 27. Homem de confiança do petista, Bendine se tornou presidente do Banco do Brasil em 2009 e assumiu o comando da Petrobrás em 2015, após nomeação da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Caravana
Lula afirmou que vai começar uma caravana, em três semanas, pelo Nordeste do País. Segundo o petista, a viagem começará no dia 17 de agosto pela Bahia e levará 21 dias até chegar ao Maranhão.
"Nós vamos fazer campanha, sendo candidato ou não. Nós vamos andar pelo Brasil", disse Lula. "Eu vou começar uma viagem pela Bahia e terminar no Maranhão. Serão visitados 10 estados (do Nordeste), depois eu quero fazer no Sul e no Sudeste, quero fazer no Centro-Oeste, no Norte do País", disse o ex-presidente.
Ainda segundo Lula, que disse que a viagem seria para ver "como eles estão estragando o País", o roteiro não inclui trajetos de avião. "Quero viajar de ônibus, de carro, de trem, de barco, que a gente possa ter mais acesso ao povo", disse.
O petista jogou para seu partido a responsabilidade de se candidatar a 2018. "O PT tem que querer que eu seja candidato, devem ter outras pessoas querendo ser candidatos, afinal de conta o PT tem cinco governadores de estado, vários senadores, vários deputados", disse, sem citar outro possível presidenciável em seu nome.

Ex-ministro Geddel é deixado sem monitoramento em casa na Bahia



Preso em regime domiciliar há duas semanas, o ex-ministro Geddel Vieira Lima está tornozeleira eletrônica e sem monitoramento da Polícia Federal. O político deixou o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, no último dia 14 e agora está em seu apartamento em Salvador.
A prisão de Geddel foi decretada por suspeita de tentar obstruir as investigações da Operação Cui Bono, que apura fraudes na liberação de crédito da Caixa Econômica Federal.

O ex-ministro foi solto por decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), que informou que a PF teria a prerrogativa de monitorá-lo, seja por meio de tornozeleira eletrônica ou pelo uso de outros instrumentos legais. Neste caso, poderia ser feito o monitiramento por meio de visitas surpresa ou outra medida definida pelo juiz responsável pela execução penal.
De acordo com reportagem do G1, o estado da Bahia não dispõe, atualmente, dos aparelhos. A PF também informou não ter dispositivo para colocar no ex-ministro. A corporação alega que não foi intimada pela Justiça a fiscalizar os passos do político.
"Enquanto não tiver nenhuma intimação [da Justiça Federal], a gente não tem nada a responder", disse a assessoria de imprensa da PF na Bahia, por telefone. O acordo, segundo a assessoria, deve ser feito entre o sistema penitenciário e a "Justiça Federal".
A defesa do ex-ministro garante que ele permanece em casa, sem contato com pessoas de fora. Os advogados de Geddel afirmam que a falta de tornozeleira não traz nenhuma consequência ao ex-ministro.

Temer comemora queda do desemprego e diz que resultado é só o começoTemer comemora queda do desemprego e diz que resultado é só o começo

O Palácio do Planalto divulgou no final da tarde de hoje (28) um vídeo no qual o presidente Michel Temer comemora a queda da taxa de desemprego. Temer atribui os números ao trabalho do seu governo. “É o trabalho do meu governo para gerar empregos que começa a dar resultados. E acreditem, é apenas o começo”, disse.
Temer citou a reforma das leis trabalhistas como uma das medidas propulsoras do aumento de empregos. A geração de mais empregos sempre foi um dos principais argumentos do governo para a aprovação da reforma trabalhista. “Setores produtivos, por exemplo, estimam que a modernização na lei trabalhista criará, a curto prazo, mais de 2 milhões de empregos, sobretudo para os mais jovens”.
O presidente aproveitou o vídeo – o segundo do dia – para anunciar que os aposentados receberão as parcelas do 13º salário adiantado. “Tem mais uma notícia boa que quero dar para os aposentados: vamos pagar em agosto, antecipando, portanto, metade do décimo terceiro salário dos aposentados e dos pensionistas do INSS. E a outra metade será paga, também por antecipação, em novembro”.
Redução do desemprego
A taxa de desemprego caiu para 13% no segundo trimestre deste ano (abril/junho) na primeira queda significativa do indicador desde o fim de 2014. O recuo chegou a 0,7 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (janeiro/março deste ano).
Apesar da redução da taxa de desemprego do país, o coordenador de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo, disse que o crescimento do emprego se deu mais pelo lado da informalidade, envolvendo pessoas sem carteira assinada ou trabalhando por conta própria.
“Tivemos uma redução na taxa [de desocupação], com o aumento da população ocupada e queda no número de desocupados. Mas, infelizmente, a ocupação cresceu pelo lado da informalidade, ou seja, há mais pessoas sem carteira e por conta própria, que não têm garantias trabalhistas”. Com informações da Agência Brasil.

Moro marca novo interrogatório de Lula em Curitiba



O juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, confirmou para o próximo 13 de setembro novo interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desta vez na ação penal em que o petista é réu por suposto recebimento de propinas da empreiteira Odebrecht. Pela segunda vez, Moro e Lula vão ficar cara a cara.
Moro havia sugerido que o novo depoimento de Lula fosse realizado por videoconferência - o ex-presidente prestaria depoimento na Justiça Federal em São Paulo, evitando seu deslocamento a Curitiba, onde fica a 13.ª Vara Federal, de titularidade de Moro, responsável pelos processos da Lava Jato em primeira instância judicial.

O juiz alegou que a medida poderia evitar "gastos indesejáveis", referindo-se ao formidável aparato de segurança pública mobilizado da primeira vez em que ele e o petista se encontraram - em maio passado, Lula foi interrogado por Moro pela primeira vez nos autos da ação penal do caso triplex.
Na ocasião, milhares de manifestantes tomaram as ruas de Curitiba, em apoio a Lula.
Apesar da sugestão do juiz, Lula abriu mão da videoconferência. Por meio de seus advogados, o ex-presidente comunicou que é seu desejo depor pessoalmente a Moro.
"Diante da recusa, o interrogatório será presencial", decidiu nesta sexta-feira, 28, o juiz da Lava Jato.
Moro também resolveu que a audiência será gravada da mesma forma como já foi feito em ação penal conexa.
Neste processo, segundo a denúncia do Ministério Público Federal, Lula é acusado de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro em razão de contratos firmados entre a Petrobras e a Odebrecht.
A acusação aponta que parte das propinas pagas pela Odebrecht foi lavada mediante a aquisição, em benefício do ex-presidente, do imóvel localizado na Rua Dr. Haberbeck Brandão, 178, em São Paulo, em setembro de 2010, que seria usado para a instalação do Instituto Lula.
A força-tarefa da Lava Jato afirma que o acerto do pagamento da propina supostamente destinada ao ex-presidente foi intermediado pelo então deputado federal Antonio Palocci (ex-ministro de Lula e Dilma), com o auxílio de seu assessor parlamentar Branislav Kontic, que "mantinham contato direto com Marcelo Odebrecht, auxiliado por Paulo Melo, a respeito da instalação do espaço institucional pretendido pelo petista".
De acordo com os procuradores do Ministério Público Federal, valores destinados a Glaucos da Costamarques - primo do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula -, por sua atuação na compra do terreno para o Instituto Lula, foram repassados para o ex-presidente na forma da aquisição da cobertura contígua à sua residência em São Bernardo de Campo.
A denúncia aponta que R$ 504 mil foram usados para comprar o apartamento vizinho à cobertura de Lula, em São Bernardo. A nova cobertura, utilizada pelo ex-presidente, foi adquirida no nome de Costamarques, "que atuou como testa de ferro de Luiz Inácio Lula da Silva".
As investigações indicam "que nunca houve o pagamento do aluguel até pelo menos novembro de 2015".
Os advogados de Lula negam taxativamente que ele tenha recebido propinas da Odebrecht.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Apesar de Joesley Batista da JBS dizer em delação que a conta que mantinha em nome de uma offshore era para bancar propina para o PT, durante o governo Lula, o dinheiro encontrado por lá foi usado pelo próprio empresário. Os gastos incluíram a compra de um apartamento em Nova York, de dois barcos e até mesmo na cerimônia de seu casamento, em 2012.
Como lembrou a Folha de S. Paulo, o dono da JBS ainda repatriou o patrimônio da 'conta de Lula' em 2016. Ele pagou mais de R$ 20 milhões só de Imposto de Renda.
Depois da confusão por causa da "conta" revelada em delação, Joesley tentou explicar que quando tinha que financiar o partido, ele desembolsava dinheiro no Brasil e apenas "descontava" contabilmente do que já tinha poupado no exterior. Os recursos seguiam lá fora.

Moro: prisão joga 'luz sobre mundo de sombras que encobre atividade'

O juiz federal Sérgio Moro avalia que a prisão de Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras e alvo maior da fase Cobra da Operação Lava Jato, pode "jogar melhor luz sobre o mundo de sombras que encobre sua atividade".
Moro decretou a prisão temporária de Bendine pelo prazo de cinco dias - medida que pode ser prorrogada ou até convertida em regime de prisão preventiva, quando não tem prazo para terminar.
Bendine está sob suspeita de recebimento de R$ 3 milhões em propinas da Odebrecht. Na planilha de pagamentos ilícitos da empreiteira Bendine era identificado pela alcunha de "Cobra", nome dado à 42.ª etapa da Lava Jato deflagrada nesta quinta-feira, 27. Bendine foi preso pela Polícia Federal em Sorocaba, interior de São Paulo.
A Lava Jato descobriu que Bendine estava com viagem marcada para Lisboa nesta sexta, 28, só com passagem de ida. O executivo também tem cidadania italiana.
O Ministério Público Federal havia requerido a prisão preventiva de Bendine. Moro optou pela temporária.
"Mesmo no curto prazo da temporária, será difícil o exame completo do material pela Polícia Federal, mas é possível que verificações sumárias, aliadas aos depoimentos dos investigados joguem melhor luz sobre o mundo de sombras que encobre a sua atividade", assinalou o juiz.
Moro assinalou que o ex-presidente da Petrobras tem dupla cidadania, brasileira e italiana. "Caso se refugie no exterior, haverá dificuldade para eventual extradição", advertiu o magistrado.
A Lava Jato descobriu que Bendine "Cobra" usou o nome da ex-presidente Dilma quando extorquiu os R$ 3 milhões da empreiteira. Mas as investigações não apontam nenhum envolvimento da petista na trama do ex-presidente da Petrobras.
No despacho em que ordenou a prisão de Bendine, o juiz da Lava Jato destacou que a temporária "ampara-se ainda nos indícios de prática de crimes de corrupção ou extorsão, lavagem, fraudes, além de associação criminosa, esta atualmente exigindo somente o concurso de três pessoas" - além de "Cobra" foram presos os irmãos Antonio Carlos e André Gustavo Vieira, apontados como "profissionais da lavagem de dinheiro" e operadores de Bendine.
"A medida, por evidente, não tem por objetivo forçar confissões", ponderou o juiz, rechaçando seguidas críticas de advogados e políticos, segundo os quais a Lava Jato prende para levar os investigados a fazer delação premiada. "Querendo, poderão os investigados permanecer em silêncio durante o período da prisão, sem qualquer prejuízo a sua defesa."
Moro considera "imprescindível" a prisão de Bendine e dos outros dois investigados - André Gustavo Vieira foi capturado no aeroporto de Guararapes, no Recife, embarcando para Portugal, na manhã desta quinta, 27.
No decreto de prisão do grupo, o juiz observou que eles estavam apagando rastros dos negócios ilícitos. "No contexto de aparente produção de provas fraudulentas pelos investigados, além da constatação de que eles têm agido com extrema cautela, inclusive utilizando, para comunicação, aplicativos que promovem a destruição automática das mensagens enviadas e recebidas."
Defesa
O advogado Pierpaolo Bottini, que defende Aldemir Bendine, afirmou que desde o início das investigações "Bendine se colocou à disposição para esclarecer os fatos e juntou seus dados fiscais e bancários ao inquérito, demonstrando a licitude de suas atividades". "A cautelar é desnecessária por se tratar de alguém que manifestou sua disposição de depor e colaborar com a justiça", disse Bottini.

Histórico: Ibope aponta que apenas 5% aprovam Governo Temer


A pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com o Ibope divulgou, nesta quinta-feira (27), os números do levantamento sobre governo do presidente Michel Temer. O resultado é histórico, já que apenas 5% dos brasileiros aprovam a maneira como o peemedebista governa.
Como mostrou o jornal O Globo, o índice de rejeição a Temer — os que consideram o governo ruim ou péssimo — foi de 70%. Para 21%, o governo é regular. E 3% não souberam avaliar ou não responderam.
No último levantamento, feito em 31 de março, 10% avaliaram o governo como ótimo ou bom; 31%, regular; 55%, ruim ou péssimo; e 4% não souberam ou não responderam.
A pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quinta-feira foi realizada entre os dias 13 e 16 deste mês, com 2 mil pessoas em 125 municípios brasileiros, e tem margem de erro de dois pontos percentuais. O nível de confiança do levantamento é de 95%.

Perillo aceita disputar comando do PSDB com apoio de ala pró-Temer

O governador de Goiás, Marconi Perillo, avisou a aliados que aceita concorrer à presidência do PSDB com o apoio da ala do partido que defende a permanência da sigla no governo Michel Temer.
Ele pretende disputar o comando da legenda com o senador Tasso Jereissati - que preside a sigla interinamente desde o afastamento de Aécio Neves, em maio, e era favorito para permanecer no posto.
A decisão deve aprofundar no PSDB a divisão interna que tem como ponto central o debate sobre a permanência da sigla no governo Temer. Tasso quer o rompimento imediato, e Perillo defende a manutenção do apoio.
Com a provável renúncia definitiva de Aécio ao posto de presidente, esperada para as próximas semanas, os tucanos devem escolher até o fim do ano o nome que vai conduzir a sigla e liderar as articulações para as eleições presidenciais de 2018.
Defensores do desembarque do PSDB do governo querem a convocação imediata da eleição de um novo presidente para efetivar Tasso no cargo. O cearense assumiu o partido em maio, quando Aécio se afastou após ser flagrado em uma conversa em que pede R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, da JBS.
A ala tucana que prega a manutenção do apoio da legenda a Temer, entretanto, quer postergar essa substituição para tentar construir uma candidatura alternativa -a de Perillo.
Dirigentes tucanos, aliados do governador paulista Geraldo Alckmin e ministros do governo Temer procuraram Perillo nos últimos dias e receberam um sinal verde para lançar as articulações em torno de seu nome.
A intenção desses grupos é construir uma candidatura alternativa a Tasso, uma vez que a efetivação do senador cearense na presidência do PSDB seria também uma vitória do movimento de desembarque do partido do governo Temer.
Segundo a reportagem apurou, o governador de Goiás afirmou que aceita e quer disputar o posto, mas que prefere concluir uma agenda de lançamento de projetos e obras no interior do Estado antes de mergulhar na campanha interna. De acordo com esse cronograma, seria preferível realizar em outubro a eleição para a presidência.
QUEDA DE BRAÇO
A renovação dos cargos da executiva nacional da sigla estava prevista apenas para maio de 2018, às vésperas da definição do candidato tucano ao Palácio do Planalto.
Desde que Tasso assumiu interinamente o partido, houve ao menos duas tentativas de convocação de eleições para definir o comando definitivo do partido. Ele chegou a dizer que o caso teria de ser resolvido ainda no primeiro semestre, mas uma queda de braço interna adiou o assunto para agosto.
Aliados do presidente interino afirmam que uma reunião da executiva deve ocorrer já na próxima semana. Com isso, as eleições - que são realizadas em convenção- ficariam para o fim de agosto ou para início de setembro. Com informações da Folhapress.

Falta de dinheiro deve afetar operações da PF, diz ministro da Justiça



O Ministro da Justiça, Torquato Jardim, afirmou que a Polícia Federal não terá dinheiro suficiente neste ano para realizar todas as operações e precisará selecionar as mais importantes.
A PF já informou ao governo federal que, após cortes e contingenciamentos, não terá recursos para terminar todo este segundo semestre, o que pode afetar o número de ações, inclusive a Lava Jato.
"Tenho que ser honesto, sincero e transparente. Poderá implicar em processos seletivos de ações, não realizar todas as operações ou não realizar em suas extensões totais, mas apenas parcialmente", afirmou o Torquato.
Em entrevista, o ministro disse que há uma previsão para descontingenciamento que deve render à polícia R$ 70 milhões por mês até o final do ano. Segundo Torquato, o contingenciamento foi de R$ 400 milhões.
No mês passado, a emissão de passaportes foi paralisada pela PF por falta de orçamento.
O problema foi resolvido apenas três semanas depois, quando o Congresso aprovou a liberação de cerca de R$ 102 milhões para a área.
Torquato respondeu a críticas feitas pelo Ministério Público do Paraná por falta de apoio à Lava Jato. Ele disse que as reclamações são infundadas e que apoia a operação.
O ministro foi mais uma vez perguntado sobre o futuro do diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, e repetiu que não há previsão de mudança, mas não garantiu a permanência.
"Estamos trabalhando para uma nova Polícia Federal, novo sistema, o engajamento institucional, irrelevante quem vai continuar, se é ele lá e eu aqui", finalizou.
LAVA JATO
Há cerca de duas semanas, a PF decidiu acabar com a força-tarefa da Lava Jato no Paraná. De acordo com a versão da polícia, a decisão foi da própria sede estadual, por motivos de organização interna.
Curitiba concentra boa parte das investigações da operação, já que a coordenação da primeira instância está sob os cuidados do juiz Sergio Moro, da 13a Vara da Justiça Federal do Paraná.
Desde a delação da Odebrecht, e depois da JBS, porém, Brasília virou polo importante das apurações, pelo grande número de inquéritos abertos no STF (Supremo Tribunal Federal). Com informações da Folhapress.

Maduro proíbe protestos e ameaça com penas de até 10 anos



O governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, proibiu a realização de manifestações populares no país entre esta sexta-feira (28) e a próxima terça (1º) por conta da eleição constituinte marcada para o domingo (30).
Segundo o ministro do Interior venezuelano, Néstor Reverol, estão vetados, em todo o território nacional, qualquer "ação ou protesto" que possa "perturbar ou comprometer o desenvolvimento normal" da votação, que foi convocada por Maduro, mas é rechaçada pela oposição.
Quem não respeitar a proibição estará sujeito a penas que vão de cinco a 10 anos de cadeia. Reverol ainda acrescentou que a eleição para a Assembleia Constituinte será garantida pelas Forças Armadas, por 140 mil policiais e pela Proteção Civil.
Apesar do veto, a Mesa da Unidade Democrática (MUD), principal força de oposição ao chavismo, confirmou a realização de uma manifestação marcada para esta sexta-feira. "O regime anunciou que não se pode manifestar até terça. Responderemos com a tomada da Venezuela", diz uma mensagem da coalizão no Twitter.
Iniciada no fim de março, após uma decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) ter anulado as prerrogativas da Assembleia Nacional, a onda de protestos contra Maduro já deixou mais de 100 mortos no país.
Em meio a uma situação que beira a guerra civil, o presidente decidiu convocar uma Constituinte para reescrever a Carta Magna da Venezuela, mas a oposição diz que a ideia é apenas de uma forma encontrada pelo mandatário de aumentar seu poder, já que hoje o Parlamento é controlado pelo antichavismo. (ANSA)

Procuradores veem resistência de Cármen Lúcia a reajuste de salários

Procuradores da República, que aprovaram na terça (25) uma proposta orçamentária para 2018 com previsão de reajuste de 16,38% para os membros da carreira, veem resistência da ministra Cármen Lúcia, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), a incluí-lo também no orçamento da corte.
Os ministros do Supremo vão votar sua proposta orçamentária no dia 9 de agosto, em reunião administrativa. Segundo a reportagem apurou, a tendência é que a proposta levada ao plenário não preveja reajuste para os magistrados no ano que vem.

Na terça, o Conselho Superior do Ministério Público Federal incluiu, a pedido da futura procuradora-geral, Raquel Dodge, a previsão de reajuste no orçamento da instituição. A proposta original, feita pela equipe do atual procurador-geral, Rodrigo Janot, não contemplava o aumento.
Após a reunião do conselho, foi informado que o reajuste pleiteado era de 16,7%. Posteriormente, a informação foi corrigida para 16,38%.
O salário do procurador-geral é o mesmo de um ministro do STF -que, por sua vez, é o teto do funcionalismo. Por essa razão, para que os procuradores tenham reajuste, é preciso que os ministros também tenham. Hoje, esse salário é de R$ 33,7 mil. Com o reajuste pretendido, iria para R$ 39,3 mil.
Um eventual reajuste precisa ser aprovado pelo Congresso e causa um efeito cascata de reajustes em série para juízes federais, estaduais, parlamentares, procuradores e promotores.
O índice pleiteado não é novo. Desde agosto de 2015 tramitam no Congresso dois projetos de lei - um para o MPF e outro para o STF - para reajustar os salários do procurador-geral e dos ministros da corte em 16,38%. Eles foram assinados por Janot e pelo presidente do STF à época, Ricardo Lewandowski.
Para o Congresso fazer avançar os projetos, é necessário que as instituições em questão prevejam o reajuste em seus orçamentos.
Os dois projetos foram aprovados na Câmara, mas emperraram no Senado no ano passado. "Quando estava tudo certo para aprová-los no Senado, a ministra Cármen Lúcia pediu para rediscutir", diz o procurador José Robalinho, presidente da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República). O impacto estimado à época somente no Judiciário era de R$ 717 milhões por ano.
"A sinalização da ministra Cármen Lúcia [é não prever reajuste]. Da mesma forma como a sinalização do dr. Rodrigo Janot foi vencida no Conselho Superior, e ele mesmo se convenceu, nós temos confiança de que a ministra Cármen Lúcia será vencida também", afirma.
CÁLCULO
O último reajuste no salário da categoria foi em janeiro de 2015, de 14,6%. Esse reajuste, segundo Robalinho, repôs a inflação dos anos de 2012 e 2013. Ainda não houve reposição da inflação de 2014 e 2015, o que ocorreria com o reajuste agora pleiteado, diz o procurador.
Janot não contemplou o reajuste em sua proposta porque alegou que a aprovação da PEC 95 no ano passado impôs sérias restrições orçamentárias.
Robalinho afirma que, em 2016, ano usado como base para o cálculo dos orçamentos dos anos seguintes, o Executivo "trapaceou" ao inflar seus gastos para ter margem para reajustes nos anos seguintes. Várias categorias, segundo o procurador, tiveram aumento no ano passado.
Já o MPF, segundo ele, economizou em 2016 -por exemplo, atrasando novas nomeações e cortando viagens - e, por isso, agora tem margem apertada para manobrar. Se o reajuste previsto for adiante, o MPF gastará com salários R$ 116 milhões a mais, que terão de ser retirados de outras rubricas da instituição.
Uma comissão de transição formada por aliados de Janot e de Dodge discutirão de onde realocar esses recursos. Segundo Robalinho, não será tirado dinheiro da atividade-fim do MPF, como investigações. Mais de 80% do orçamento da instituição vai para despesas obrigatórias, sobretudo salários e benefícios.
"Creio que ela [Cármen Lúcia] vá rever sua posição e vou dizer por quê. O Poder Judiciário é muito maior do que o Ministério Público, porque existem mais juízes. Exatamente porque eles são muito maiores, eles têm mais de onde cortar. A flexibilidade lá é maior que aqui. Se nós estamos fazendo esforço, com certeza os magistrados também farão", diz Robalinho.
"Eu não tenho dúvida de que para o padrão brasileiro os membros do Ministério Público ganham bem. Com todo o respeito, todas essas carreiras [que tiveram reajuste em 2016] são fundamentais ao país, mas o nosso concurso é mais difícil, a responsabilidade individual de um juiz, de um membro do Ministério Público é muito maior do que a desses outros, porque cada um de nós responde sozinho pela sua caneta. É por isso que são considerados os que devem ser pagos no topo, e isso foi abandonado", afirma. Com informações da Folhapress.