quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Para Eliseu Padilha, negociar cargos é normal

O ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) disse ver como “absolutamente normal” a participação de partidos no governo em troca de votos no Legislativo. “Todos os governos que fazem composição com vários partidos colocam a participação de outros partidos no governo. Foi o que nós fizemos. 

O PMDB sozinho não iria governar”, afirmou, ontem. “Vários partidos sempre vão apoiar o governo e, com isso, eles têm participação no governo, o que é mais do que normal, absolutamente normal”, colocou o ministro, um dos principais aliados do presidente Michel Temer. Ele se referia ao episódio em que foi gravado em uma palestra admitindo que o Ministério da Saúde foi entregue ao deputado Ricardo Barros em troca de apoio do PP, partido do ministro, no Congresso.

 Na gravação, Padilha afirmou que o governo queria um “notável” para comandar o ministério, mas que, diante da indicação do PP, “Ricardo será o notável“.

Temer diz que conversou por mais de 1h com Velloso, cotado para a Justiça

esidente Michel Temer escreveu em sua conta no Twitter que conversou por mais de uma hora nesta terça-feira (14) com o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Velloso, um dos nomes cotados para assumir o Ministério da Justiça. Segundo Temer, ele e Velloso são amigos há mais de 35 anos e a conversa foi marcada diretamente pelos dois.
A vaga de ministro da Justiça está aberta desde que Temer indicou Alexandre de Moraes, o então ministro, para o Supremo Tribunal Federal. O presidente pretende anunciar o novo ministro nos próximos dias e o nome de Velloso vem ganhando força.
"Estive com Carlos Velloso ontem. Conversamos privadamente por mais de 1h. Meu amigo há mais de 35 anos. Marcamos esse encontro diretamente", escreveu o presidente.
Temer disse ainda que vai continuar a conversar com Velloso nos próximos dias e ressaltou, como tem feito recentemente, que a escolha para a Justiça será pessoal e "sem conotações partidárias".
"Continuaremos a conversar nos próximos dias. A escolha do novo ministro da Justiça será minha, pessoal, sem conotações partidárias", afirmou Temer.
Atualmente, o Ministério da Justiça tem sido comandado pelo ministro interino, José Levi, que na gestão de Moraes era secretário-executivo da pasta.
A vaga no Ministério da Justiça abriu uma disputa entre PMDB, o partido de Temer, e o PSDB, partido ao qual era filiado Moraes, que se desligou da sigla para poder ocupar uma cadeira no STF.
Temer vem analisando nomes desde o início do mês. O desafio é encontrar alguém com capacidade técnica, que seja aceito pela base aliada no Congresso e que não esteja citado ou envolvido na Operação Lava Jato, já que a pasta é responsável pela Polícia Federal.
O ex-ministro do STF Carlos Velloso durante lançamento de manifesto pela legalidade do afastamento da então presidente Dilma em abril do ano passado (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O ex-ministro do STF Carlos Velloso durante lançamento de manifesto pela legalidade do afastamento da então presidente Dilma em abril do ano passado (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Entrevista de Velloso

Em entrevista a uma rádio de Porto Alegre nesta quarta-feira (15), o ex-ministro do STF Carlos Velloso comentou sobre a conversa que teve com o presidente Michel Temer, e afirmou que não foi lhe feito um "convite formal" para o Ministério da Justiça.
"Conversamos sobre várias questões, inclusive o Ministério da Justiça", disse à rádio Gaúcha. "Não houve umconvite formal. Eu tenho compromissos também, porque logo depois que me aposentei, resolvi fazer aquilo que sabia, continuando a dar algumas aulas, dando palestras, então tenho alguns compromissos que me tomam atenção", acrescentou.
Velloso ainda comentou que novas conversas serão marcadas. "Voltaremos a conversar. Poderei ser, ou poderei não ser [ministro]."

Lula lidera com 30,5% dos votos em eventual disputa em 2018, diz pesquisa

BRASÍLIA - Se as eleições presidenciais fossem hoje, o ex-presidente Lula venceria a disputa com os demais adversários, segundo pesquisa CNT/MDA divulgada nesta quarta-feira pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT).
De acordo com o levantamento, Lula apresenta hoje 30,5% das intenções de votos contra 11,8% de Marina Silva; 11,3% do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ).
Foto: EFE
Lula
O ex-presidente Lula

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Verdade?

Hoje em dia é normal termos opinião sobre os mais diversos assuntos. Bastante acesso à informação + possibilidade de divulgar sua opinião pelas redes sociais é o que tem movimentado o facebook ultimamente. O assunto do momento é Trump. É totalmente legítimo que algumas pessoas discordem das ações de Trump, mas especialmente na minha timeline tenho observado a postura dessa galera e me pergunto, quando foi Obama, por que não dava nada? Trump fez seu primeiro bombardeio, matando 14 membros da Al Qaeda, para essa galera, a ação foi um desastre, foi desumana, não se deve bombardear outras pessoas, etc, etc, etc. Mas Obama bombardeava constantemente vários países em suas ações militares e ninguém falava nada. Trump assinou um decreto no qual restringiu, durante sessenta dias, a entrada de pessoas de alguns países de maioria muçulmana nos Estados Unidos. A lista que Trump utilizou foi elaborada pelo governo Obama. Obama restringiu a entrada de imigrantes iraquianos por 6 meses nos EUA e NINGUÉM FALOU NADA. 60 dias de Trump com lista de Obama = ABSURDO. 6 meses de Obama = é pelo bem da nação. Parece que só é errado quando Trump faz, se Obama fizer, está tranquilo. Eu não estou avaliando as restrições impostas por Obama ou por Trump, nem estou avaliando os bombardeios que Obama fez, nem o que Trump fez, não se trata disso. Se trata de honestidade. Se você é contra o bombardeio, você é contra o bombardeio independente de quem o faça. Se você é a favor de acolher imigrantes muçulmanos, você tem que se indignar quando QUALQUER AUTORIDADE proíbe o acolhimento desses imigrantes. Seja coerente. Eu sei que a grande maioria que está emitindo suas opiniões sobre Trump não sabe que Obama fez essas coisas que eu acabei de citar, mas por quê? Porque essa galera ainda acredita no jornalismo brasileiro. Pra acreditar na TV brasileira tem que ser muito juvenil. O cara liga a TV e vê Obama se declarando pra esposa, pronto! Temos aqui um grande homem acima de qualquer suspeita. Aquela frase de Denzel Washington cai como uma luva: "Se você não assiste TV, você está desinformado, se assiste, você está MUITO MAL INFORMADO." Aprenda a ver uma notícia e a duvidar dela, buscar de outras fontes, porque os nossos canais de comunicação não fazem jornalismo, fazem propaganda.
PS: Um outro detalhe importante é que Trump foi eleito prometendo fazer as coisas que ele está fazendo. O público que o elegeu, o elegeu por causa disso, ele está cumprindo as promessas de campanha que fez. Você e a grande mídia podem não gostar, mas os eleitores dele que o transformaram no homem mais poderoso do mundo, gostam. Se ele continuar assim, provavelmente será reeleito e a choradeira vai continuar por muito tempo.
  
Fonte: LEANDRO RIBEIRO

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Escolha de novo ministro do STF só ocorrerá após acordo no Senado

 
BRASÍLIA — O presidente Michel Temer quer que o PMDB do Senado resolva a disputa interna pelo comando da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para que possa anunciar com tranquilidade seu indicado para ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), em substituição a Teori Zavascki, morto num acidente de avião no dia 19 de janeiro. O Palácio do Planalto espera que o nome seja aprovado rapidamente e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), já disse que dará celeridade à sabatina do indicado na CCJ e à votação em plenário.

Temer está fazendo as consultas finais a aliados e integrantes do Poder Judiciário, incluindo ministros do STF, com a preocupação de que o nome escolhido não lhe traga ainda mais desgaste. A tendência é anunciar o nome amanhã. No mesmo dia, o PMDB do Senado deve resolver a disputa pela CCJ, comissão que fará a sabatina do indicado.
— Há muitas opiniões. O presidente não quer ter um grande desgaste com essa nomeação — disse um dos interlocutores de Temer.
Temer tende a escolher alguém “já testado", segundo fontes do Planalto. Ou seja, um magistrado que já esteja em um dos tribunais superiores. Entre os cotados estão o presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Ives Gandra Filho, e os ministros João Otávio Noronha e Luis Felipe Salomão, ambos do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Embora tenha recebido apoio do ex-governador Sérgio Cabral para chegar ao STJ, Salomão não tem relação de amizade com o peemedebista, como chegou a ser dito nos bastidores das negociações para a indicação do novo ministro do STF. Ele manteve com o ex-governador apenas relações institucionais. Quando concorreu ao STJ, numa lista quádrupla, em 2008, era o único candidato do Rio e teve em decorrência disso o apoio de Cabral e de toda a bancada de deputados e senadores do estado.
Para o presidente, porém, é importante também que a disputa política pelo comando da CCJ esteja pacificada. Por isso, Eunício acertou com o novo líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), que ele indique o nome do partido amanhã. E deu mais um recado: se não houver consenso, que se decida no voto. No PMDB, o preferido de Eunício — quando ainda liderava a bancada — era o senador Raimundo Lira (PB), mas Renan e o grupo de Sarney pressionam pela escolha de Edison Lobão (MA), investigado na Lava-Jato.


Ministério Público pede fim de sigilo de preço na Petrobras


Empresas interessadas em disputar licitações da Petrobras terão de tornar públicos orçamentos específicos, chamados de DFP (Demonstrativos de Formação de Preço). A recomendação está em ofício emitido pelo Ministério Público Federal (MPF) à estatal. A exigência trará, na justificativa do MPF, mais transparência aos processos de licitação, já que as empresas participantes de quaisquer editais da Petrobras terão de explicar como chegaram ao preço final da prestação de serviço ou produto.
onforme lembra o jornal Folha de S. Paulo, até então, o DFP era sigiloso porque, segundo a Petrobras, revela informações estratégicas da empresas. O procedimento, no entanto, fere a Lei de Licitação 8.666 que regulamenta negociações das estatais. Os contratos fechados pela Petrobras são embasados em decreto editado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1988.
O MPF informou que enviou ofício pedindo transparência à Petrobras na tentativa de não judicializar uma reclamação recebida no ano passado. Uma empresa participante de licitação denunciou, no final do ano passado, que as negociações da petroleira eram menos rigorosas do que determina a Lei 8.666. No ofício, o Ministério Público estabelece quinze dias úteis para resposta, prazo que a Petrobras informou, via nota, que vai cumprir.
 
 


Veja: PT recebeu R$ 35 milhões da Odebrecht em 2014

Em acordo de delação premiada, Marcelo Odebrecht e Alexandrino Alencar teriam relatado que a empreiteira Odebrecht entregou ao Partido dos Trabalhadores (PT) R$ 35 milhões em 2014.
 
A revista Veja desta semana diz que os recursos teriam sido usados para garantir a adesão de cinco partidos (Pros, PCdoB, PRB, PDT e PP) à chapa de Dilma Rousseff, que buscava a reeleição na Presidência e tinha Michel Temer (PMDB) como vice.
Com isso, o PT conseguiria minutos a mais na propaganda eleitoral na televisão.
As informações constariam do acordo dos dois executivos, homologado na semana passada pela presidente do STF, Cármen Lúcia, ainda de acordo com a revista.

Lava-Jato continua a derrubar milionários

 
Quase a completar três anos, a Operação Lava-Jato já derrubou dois dos maiores líderes empresariais brasileiros. Ao todo, até agora, a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro do Brasil já implicou 260 pessoas.

Com uma fortuna calculada em cerca de 30 mil milhões de dólares (€27,8 mil milhões) há apenas cinco anos, o que fazia dele o homem mais rico do Brasil e o sétimo mais rico do mundo, Eike Batista foi esta semana detido no Complexo Penitenciário de Gericinó, no Rio de Janeiro.
O empresário foi alvo de uma nova fase da Operação Lava-Jato — a Eficiência —, suspeito de envolvimento num esquema de corrupção liderado pelo ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, que terá ocultado cerca de 100 milhões de dólares no exterior (€92 milhões). Eike foi sujeito a prisão preventiva depois de ser acusado de pagar subornos no valor de 16,5 milhões de dólares (€15,3 milhões) ao ex-governador, que está preso desde novembro.
Este foi mais um dos desdobramentos do esquema. Em junho do ano passado, Marcelo Odebrecht já tinha protagonizado um dos momentos mais importantes da Lava-Jato. Foi preso na 14ª fase da operação. Era presidente da maior construtora do Brasil, com uma fortuna estimada em 13,1 mil milhões de dólares (€12,2 mil milhões), que lhe dava a 9ª posição da “Forbes Brasil” em 2015, e hoje ocupa uma das celas do Complexo Médico-Penal do Paraná.
As investigações comprovaram que a Odebrecht pagou mais de 113 milhões de dólares (€104,9 milhões) em subornos para conseguir contratos com a Petrobras. Considerado culpado pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa, teve uma pena de 18 anos e 4 meses de prisão.
Ao longo das 37 fases da operação, foram decretadas 79 prisões preventivas pela 13ª Vara Federal de Curitiba, capital do Paraná. Atualmente, há 22 arguidos presos preventivamente.
Para Sergio Lazzarini, professor da Universidade Insper em São Paulo, o Brasil está a passar por uma potencial transformação e a Lava-Jato tem sido um reforço para os órgãos de controlo do país. “À medida que essas prisões acontecem percebe-se que é preciso colocar mais critério na forma como o Governo atua com as empresas”, refere o especialista em estratégia empresarial e em organização do sector público.
No ambiente de negócios brasileiro, o Governo sempre foi muito influente a oferecer recursos, como por exemplo empréstimos do BNDES, oportunidade de concessões, mas essas formas de apoio foram ampliadas nos últimos anos.
Então os empresários viram a oportunidade de se conectarem com o sistema político de forma a obter benefícios. De acordo com Lazzarini, Eike Batista é uma expressão disso. “Inicialmente, começa a desenvolver estratégias empresariais, captando mais o mercado privado. Mas ao longo do tempo acaba por se render ao ambiente de negócios ao perceber que pode contactar políticos e captar recursos do BNDES e outros bancos”.
Entre os que já apareceram na lista mundial da “Forbes”, Eike Batista foi o primeiro a ser preso desde Pablo Escobar, que esteve no ranking durante sete anos consecutivos. O homem que já esteve entre os 10 mais ricos do mundo viu a sua fortuna ruir em câmara lenta.
Em 2012, Eike apareceu em sétimo lugar na “Forbes”. Já em 2013 deixou de ser milionário quando uma das suas empresas pediu recuperação judicial. Num intervalo de cerca de 15 meses, a fortuna do empresário passou de 30 mil milhões de dólares (€27,8 mil milhões) para 900 milhões de dólares (€836 milhões) e, a partir daí, foi sempre a descer.
O tombo foi enorme. Mais ou menos a mesma distância que vai de uma sala decorada por um Lamborghini e um piano a uma cela de 15 metros quadrados. Da ostentação a quatro refeições controladas por dia. De cabeça rapada, Eike divide espaço com outros seis presos da Lava-Jato que também não têm curso superior.


Gestão atual diz que projeto não traz economia

Os argumentos criados para justificar um projeto de infraestrutura que custaria cerca de R$ 6 bilhões aos cofres públicos se baseavam, principalmente, na economia que o projeto poderia gerar ao governo do DF.
As contas dos ex-governadores apontavam para uma economia mensal de R$ 9,5 milhões por mês – com a redução de gastos com aluguel, segurança e serviços de manutenção, entre outros. A gestão atual, no entanto, conforme apurou o Estado, está convencida de que não há garantias de que a mudança possa gerar economia. 
“O GDF fez um estudo próprio, contabilizando todos esses itens. A realidade é que não chegamos a esse valor. Não há economia. Basicamente, chega-se ao mesmo custo que temos hoje”, disse a secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão do DF, Leany Lemos.
O governo brasiliense fechou um contrato de consultoria com o Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (Unops) para encontrar uma saída para o Centro Administrativo. 

Justiça dos EUA rejeita apelação de Trump para manter veto imigratório





O presidente dos EUA Donald Trump 
A apelação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para manter seu veto imigratório contra sete países de maioria muçulmana, foi rejeitada pela Justiça Federal do país. O 9º Tribunal de Apelações, em San Francisco, pediu que as partes apresentem mais argumentos sobre o caso até segunda-feira (6) à tarde.
Em um curto documento apresentado à Corte de Apelações do Nono Circuito, com sede em San Francisco (Califórnia), Trump e seu gabinete apelaram formalmente da decisão judicial que bloqueou temporariamente o polêmico decreto e abriu de novo as portas do país a milhões de imigrantes e refugiados.
Trump suspendeu durante 90 dias a emissão de vistos aos cidadãos de Iraque, Iêmen, Irã, Somália, Sudão, Síria e Líbia e, durante outros 120 dias, o programa de acolhida de refugiados. A notificação de apelação foi apresentada em nome de Trump, do secretário de Segurança Nacional, John Kelly; do secretário de Estado, Rex Tillerson; e dos Estados Unidos da América. Na sexta-feira (3), o  juiz federal James Robart, com tribunal em Seattle (Estado de Washington), determinou o bloqueio com efeito imediato em todo o país a polêmica ordem executiva, que vetava a entrada aos Estados Unidos de imigrantes procedentes de Iraque, Iêmen, Irã, Somália, Sudão, Síria e Líbia, além dos refugiados sírios.
Essa suspensão é temporária e vale até que Robart tome uma decisão definitiva sobre a legalidade da ordem presidencial ou até que uma instância judicial superior à qual recorra o governo, como o Tribunal de Apelações do Nono Circuito ou a Suprema Corte como último recurso, decida suspendê-la.
Robart, um juiz indicado pelo ex-presidente republicano George W. Bush (2001-2009), alegou em sua decisão que as "circunstâncias apresentadas" perante ele "são tais que requerem uma intervenção para cumprir com a ordem constitucional".

O 'cunhismo' ainda impera na Câmara, diz deputado Chico Alencar

O deputado Chico Alencar acredita que o fisiologismo e o conservadorismo dominam a Câmara 
O deputado federal cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) não frequenta mais a Câmara há quase oito meses, mas suas práticas ainda estão presentes no dia a dia dos parlamentares, avalia seu ex-colega, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ). "O 'cunhismo' ainda impera na Câmara", disse ao UOL, no Salão Verde da Câmara, antes do resultado da eleição à presidência da Casa, na última quinta-feira (2).
Com a vitória de Rodrigo Maia (DEM-RJ), que seguirá no comando da Câmara por dois anos, Alencar conversou novamente com o UOL para projetar o que deve acontecer no Congresso nesse período e não espera grandes mudanças. "É a velha política, talvez com cara nova".
O parlamentar do PSOL reconhece que a esquerda está enfraquecida, mas espera um baque nos outros setores da política em função da Operação Lava Jato, que deve atingir dezenas de políticos por envolvimento com corrupção. "A gente ainda está vivendo os estertores dessa velha política, que a Lava Jato está desnudando agora de maneira muito contundente".
Caracterizando o presidente Michel Temer (PMDB) como um "guloso" para captar alianças. "Temer é habilidoso para compor com os fisiológicos com a experiência de décadas que o comando do PMDB lhe deu".
Confira, a seguir, os principais trechos da entrevista concedida na última sexta-feira (3).
 
O senhor disse que o "cunhismo ainda impera no Câmara". O que é o "cunhismo"?
"Cunhismo" é a prática dos acertos de bastidores que se consolida através da promessa, depois efetivação, de cargos na estrutura do próprio parlamento. Na colocação desse bloco, dos membros desse grande campo na relatoria dos principais projetos com a moldura de uma concepção conservadora da política, com uma visão de precarização de direitos na formulação de políticas públicas e sem nenhuma preocupação com a própria crise da representação. É, na verdade, fisiologismo, mais conservadorismo e um outro elemento também: a aceitação passiva, inquestionável da hegemonia dos grandes interesses econômicos sobre mandatos políticos. O Cunha, na verdade, era um operador exacerbado desse tipo de política, desse tipo de concepção com suas características particulares. Ele era muito arestoso, muito agudo, não fazia quase mediações, muito agressivo. Agora lembre: o Rodrigo Maia sempre foi aliadíssimo do Cunha.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Abraço de FH e Lula promove ‘trégua’ na radicalização política, dizem analistas

 

RIO — Muito mais do que um abraço no momento em que o estado de saúde de dona Marisa Letícia era irreversível, o gesto de solidariedade do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva, foi capaz de enviar uma mensagem de combate à polarização política que marca o debate nacional desde o processo de impeachment de Dilma Rousseff. É o que pensam cientistas políticos ouvidos pelo GLOBO. A imagem que correu as redes sociais provocou manifestações de apoio ao diálogo, inclusive entre os ex-chefes do Executivo.
— É uma mensagem que deve ser assimilada: esse gesto expõe a couraça da população que não tem se deixado sensibilizar pelo valor humano. Percebo uma animalização no que envolve a discussão política. As pessoas parecem ter perdido o senso de alguns valores que devem se sobrepor ao confronto político — afirma Cláudio Gurgel, da Universidade Federal Fluminense.

Criadores de 'South Park' tiram sarro da situação política nos EUA

Criadores da séria animada "South Park", Trey Parker e Matt Stone tiraram sarro da situação política atual nos Estados Unidos em uma entrevista dada à emissora australiana ABC.
Ao ser questionada sobre a presidência de Donald Trump, a dupla disse que os tempos ficarão "complicados, porque a sátira vai se tornar realidade, então é difícil fazer brincadeiras".
Eles disseram ainda que foi difícil escrever para a série de humor no ano passado.
"Nós tentamos fazer graça com o que estava acontecendo, mas nós não conseguimos acompanhar, porque o que estava acontecendo já era muito mais divertido do que qualquer coisa que nós poderíamos criar", eles brincaram.
A solução encontrada foi "deixar que ele [Donald Trump] faça a comédia dele e nós fazemos a nossa".

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

PT vai ao STF contra foro privilegiado para Moreira Franco


A bancada do PT na Câmara dos Deputados vai entrar, ainda nesta sexta-feira, com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a nomeação de Moreira Franco (PMDB) para o recém-criado cargo de secretário-geral da Presidência, com status de ministro. Citado em delação da Odebrecht, homologada no começo da semana pela ministra Cármen Lúcia, o peemedebista passou a ter foro priivilegiado em razão do novo cargo, o que levaria um caso contra ele diretamente ao Supremo e não mais para a Justiça Federal do Paraná, com o juiz Sergio Moro.
Encabeçada pelos deputados Paulo Pimenta (PT-RS), Wadih Damous (PT-RJ) e Chico D’Angelo (PT-RJ), a peça, que será produzida pelo gabinete de Damous, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Rio de Janeiro, fará analogia entre a nomeação de Moreira Franco e a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil, em março de 2016. À época, Lula foi designado para o cargo pela então presidente Dilma Rousseff, mas não pôde assumir, pois a escolha foi vista como um “desvio de finalidade” pelo ministro do STF Gilmar Mendes, em tentativa de obstruir as investigações da Operação Lava Jato.

Redução do preço da gasolina pela Petrobras não chega aos postos, aponta ANP



Preço da gasolina nos postos de gasolina subiu nesta semana, segundo levantamento divulgado nesta sexta-feira (3) pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o que aponta que a redução dos preços cobrados pela Petrobras nas refinarias ainda não chegou ao consumidor.
Segundo a pesquisa, o valor médio do litro da gasolina no país subiu de R$ 3,765 na semana passada para R$ 3,766 nesta semana. Na última pesquisa divulgada antes do reajuste anunciado pela Petrobras, o preço médio estava em R$ 3,774 – maior valor desde o início da nova política de preços da estatal, anunciada em outubro. Em duas semanas, o recuo foi de apenas 0,22% e não chegou a 1 centavo.
Na última sexta-feira (27), os preços da gasolina e do diesel cobrados pela Petrobras nas refinarias foram reduzidos, respectivamente em 1,4% e 5,1%. Pelos cálculos da estatal, se o reajuste for integralmente repassado ao consumidor, o preço da gasolina nas bombas cairá em 0,4%, ou 2 centavos por litro. Já o valor do diesel diminuirá 2,6%, ou 8 centavos por litro.


Etanol e diesel

O preço do diesel, por outro lado, caiu após 3 semanas seguidas de alta, passando de R$ 3,121 o litro para R$ 3,112 (queda de 0,29%).
Já o preço do etanol caiu pela segunda semana consecutiva, passando de R$ 2,929 o valor médio do litro para R$ 2,920 (recuo de 0,31%).
A pesquisa da ANP foi feita entre os dias 29 de janeiro a 3 de fevereiro. A agência consultou 5.673 postos para calcular a média de preços da gasolina, 5.110 para o etanol e 3.571 para o diesel.

Nova política de preços da Petrobras

Desde outubro, a Petrobras pratica uma nova política de definição de preços dos combustíveis, com reuniões mensais para definir os valores da gasolina e do diesel cobrados nas refinarias. Na reunião anterior, realizada no dia 5 de janeiro, a Petrobras tinha aumentado o preço do diesel e mantido o da gasolina.
Na prática, o preço da gasolina e do diesel passou a flutuar como uma commodity no mercado nacional, alternando quedas e baixas, refletindo tanto os preços internacionais como também o câmbio e concorrência da Petrobras.
Na primeira reunião, em outubro do ano passado, a estatal reduziu em 3,2% o preço da gasolina e em 2,7% do diesel nas refinarias. No mês seguinte, fez uma nova redução na gasolina e diesel, respectivamente, de 3,1% e 10,4%.
Em dezembro, a empresa reverteu a tendência de queda e elevou os preços do litro da gasolina (8,1%) e diesel (9,5%). Na primeira reunião de 2017, no dia 5 de janeiro, a estatal manteve o preço da gasolina e elevou em 6,1% os valores cobrados pelo litro do diesel nas refinarias.

Composição de preços ao consumidor

Segundo a Petrobras, como a lei brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, os preços cobrados nas refinarias podem ou não se refletir no preço final ao consumidor. "Isso dependerá de repasses feitos por outros integrantes da cadeia de combustíveis, especialmente distribuidoras e postos revendedores", explica a estatal.
Os postos de gasolina repassam ao consumidor os custos de toda a cadeia do combustível. Além da gasolina pura comprada de refinarias, as distribuidoras também compram de usinas produtoras o etanol, que é misturado à gasolina que será vendida ao consumidor, em proporção determinada por legislação.

As distribuidoras, então, vendem a gasolina aos postos, que estabelecem o preço por litro que será cobrado do consumidor.

Com desemprego e crise, ações trabalhistas batem novo recorde no Brasil


Se a falta de trabalho atinge cada vez mais brasileiros, na Justiça do Trabalho o que não falta é serviço. O número de novas ações trabalhistas ingressadas na 1ª instância (varas de trabalho) vem batendo recordes no Brasil desde 2014, ano em que a crise econômica se instalou por aqui. De lá para cá, a fila do desemprego aumentou e a capacidade financeira das empresas caiu. Em razão disso, há mais trabalhadores recorrendo à Justiça por não terem recebido integralmente as verbas rescisórias após uma demissão.
Em 2014, foram 2,3 milhões de novos processos recebidos pelas varas de trabalho, montante 10,9% superior ao registrado no ano anterior, segundo o TST (Tribunal Superior do Trabalho). Em 2015, mais um recorde: 2,6 milhões de novas ações na primeira instância, alta de 12,4%. Para 2016, os números registrados até outubro indicam nova alta, de 5,3%, na comparação com o mesmo período de 2015: 2,34 milhões contra 2,22 milhões.
No ano passado, os seis principais questionamentos dos trabalhadores na Justiça são reflexos do não pagamento integral das verbas rescisórias durante rompimento de contrato de trabalho. Os direitos mais exigidos são: aviso prévio; multa do artigo 477 da CLT; multa de 40% do FGTS; multa do artigo 467 da CLT; férias proporcionais; e o 13º salário proporcional.
“Boa parte dos empregadores não cumpre a legislação trabalhista e não assegura todos os direitos a seus empregados. Para o desempregado, não resta nenhuma alternativa a não ser recorrer à Justiça”, afirma o professor de direito do trabalho Claudinor Roberto Barbiero, da Universidade Presbiteriana Mackenzie de Campinas.
Para o advogado Lívio Enescu, presidente da Associação dos Advogados Trabalhistas do Estado de São Paulo, é comum no Brasil que as empresas demitam funcionários sem quitar devidamente todos os direitos estabelecidos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). “E essa crise econômica evidenciou isso”, diz.
A alta do desemprego é causa direta desse crescimento. No final de 2013, a taxa de desocupação era de 6,2%, o que representava 6 milhões de brasileiros desempregados à procura de serviço. O índice dobrou em três anos, chegando a 12% no final de 2016, ou 12,3 milhões de desocupados. Os dados são da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio) Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Edson Fachin, o senhor de muitos destinos: ‘Estou tranquilo’


Calouro no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Edson Fachin é o novo relator da Lava-­Jato. Especialista em direito civil e de família, ele terá a missão de conduzir o julgamento do maior esquema de corrupção da história do país, substituindo na função o colega Teori Zavascki, morto num acidente aéreo. Discreto e de fala mansa, Fachin já começou a trabalhar no caso. Sobre sua mesa repousam 48 inquéritos públicos e três ações penais contra políticos, além de uma leva de recursos contra prisões, um deles protocolado pelo notório Eduardo Cunha. O volume de trabalho no horizonte é assombroso, mas essa não é a principal preocupação do novo relator. De perfil técnico, ele sabe que seu maior desafio será resistir à pressão política destinada a estancar a sangria do petrolão. “Estou tranquilo”, disse, lacônico como de costume. Como mostra reportagem de capa de VEJA, as partes envolvidas no caso defenderam o nome de Fachin para o posto – por motivos diversos. Protagonistas do petrolão, senadores do PMDB consideram-no “intimidável”. Já os investigadores apostam que o ministro dará fôlego à operação, mantendo o rigor que tem demonstrado ao votar nos processos relacionados ao petrolão.

Os bastidores do filme sobre a Operação Lava Jato



O filme Polícia Federal, a Lei É para Todos terá atores famosos, muitos tiros e explosões e bastidores nunca antes revelados sobre a Lava Jato, a maior operação de combate à corrupção da história do Brasil. Dirigido por Marcelo Antunez e produzido por Tomislav Blazic, ele deve estrear em junho e integra o que pretende ser uma trilogia. Além de Ary Fontoura e Marcelo Serrado, intérpretes do ex-presidente Lula e do juiz Sergio Moro, protagonizam o longa os atores Flávia Alessandra (delegada Erika Marena), Antonio Calloni(delegado Igor de Paula) e Rainer Cadete (procurador Deltan Dallagnol). Todos os atores acompanharam o dia a dia da Lava Jato, tiveram contato com os investigadores e fizeram até um tour pela carceragem da Polícia Federal em Curitiba. O site de VEJA publica um trailer promocional do filme.
No fim deste mês, a equipe vai gravar a cena mais importante: a condução coercitiva de Lula. As filmagens vão reunir mais de vinte atores e centenas de figurantes e mostrarão desde a chegada dos policiais ao apartamento do ex-presidente até o seu depoimento no aeroporto. A VEJA teve acesso à íntegra da gravação de todo o processo, feita por câmera digital acoplada ao uniforme de um agente da PF. Lula, que abre a porta antes mesmo de os agentes baterem, estava vestido para ir à academia. Critica, às vezes com xingamentos, a operação, os delatores e o Ministério Público Federal e pergunta: “Não trouxeram o japonês de Curitiba?”. Um policial responde que não. Lula diz: “Ainda bem. Capaz de ele roubar as minhas coisas aqui em casa”.