BRASÍLIA — O presidente Michel Temer quer que o PMDB do Senado resolva a
disputa interna pelo comando da Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ) para que possa anunciar com tranquilidade seu indicado para
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), em substituição a Teori
Zavascki, morto num acidente de avião no dia 19 de janeiro. O Palácio do
Planalto espera que o nome seja aprovado rapidamente e o presidente do
Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), já disse que dará celeridade à
sabatina do indicado na CCJ e à votação em plenário.
Temer está fazendo as consultas finais a aliados e integrantes do
Poder Judiciário, incluindo ministros do STF, com a preocupação de que o
nome escolhido não lhe traga ainda mais desgaste. A tendência é
anunciar o nome amanhã. No mesmo dia, o PMDB do Senado deve resolver a
disputa pela CCJ, comissão que fará a sabatina do indicado.
— Há muitas opiniões. O presidente não quer ter um grande desgaste com essa nomeação — disse um dos interlocutores de Temer.
Temer tende a escolher alguém “já testado", segundo fontes do
Planalto. Ou seja, um magistrado que já esteja em um dos tribunais
superiores. Entre os cotados estão o presidente do Tribunal Superior do
Trabalho, Ives Gandra Filho, e os ministros João Otávio Noronha e Luis
Felipe Salomão, ambos do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Embora tenha recebido apoio do ex-governador Sérgio Cabral para
chegar ao STJ, Salomão não tem relação de amizade com o peemedebista,
como chegou a ser dito nos bastidores das negociações para a indicação
do novo ministro do STF. Ele manteve com o ex-governador apenas relações
institucionais. Quando concorreu ao STJ, numa lista quádrupla, em 2008,
era o único candidato do Rio e teve em decorrência disso o apoio de
Cabral e de toda a bancada de deputados e senadores do estado.
Para o presidente, porém, é importante também que a disputa política
pelo comando da CCJ esteja pacificada. Por isso, Eunício acertou com o
novo líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), que ele indique o
nome do partido amanhã. E deu mais um recado: se não houver consenso,
que se decida no voto. No PMDB, o preferido de Eunício — quando ainda
liderava a bancada — era o senador Raimundo Lira (PB), mas Renan e o
grupo de Sarney pressionam pela escolha de Edison Lobão (MA),
investigado na Lava-Jato.
0 comentários:
Postar um comentário